Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central Foto: Andre Coelho/Bloomberg (Andre Coelho/Bloomberg)
Guilherme Guilherme
Publicado em 6 de maio de 2021 às 07h02.
Última atualização em 6 de maio de 2021 às 07h23.
Os principais índices de ações do mercado internacional operam em leves altas nesta quinta-feira, 6, embalados por dados sobre a recuperação da economia global. Nesta manhã, foram as vendas do varejo europeu que surpreenderam as estimativas, crescendo 2,7% em março ante a expectativa de 1,5% de alta.
Para o início do dia ainda estão ainda previstas as divulgações dos pedidos semanais de seguro desemprego nos Estados Unidos. De acordo com as projeções do mercado, o número deve ser o mais baixo desde março de 2020, ficando em 540.000 pedidos. Na semana passada, foram registrados 553.000. Já o Reino Unido deve manter sua taxa de juro em 0,10% ao ano em decisão prevista para às 8h.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) definiu a nova taxa básica de juros do país na noite de ontem, elevando a Selic em 0,75 ponto percentual para 3,5% ao ano. A decisão foi de encontro com as expectativas (quase unânimes) do mercado.
Assim como no comunicado da reunião de março, o Copom voltou a reiterar a necessidade de elevação da taxa de juros para conter a alta da inflação. Segundo o comunicado, para a decisão de junho, "o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude” - ou seja, de mais 0,75 ponto percentual.
“O Copom reforça a visão que já tínhamos, de uma alta para 4,25% em junho. A sinalização vai na linha de tentar reproduzir um ajuste rápido e intenso, na busca de recomposição da credibilidade e ancoragem das expectativas'', comenta Arthur Mota, economista da Exame Invest Pro.
Embora a alta de juros seja, em tese, negativa para o mercado de ações, uma vez que aumenta a atratividade da renda fixa e encarece o financiamento de empresas, Pedro Paulo Silveira, gestor da Nova Futura, viu a decisão como positiva. Para ele, o Copom também deve reajustar a Selic para 4,25% na próxima reunião.
“Até o momento, o Copom estava indo com paciência em relação ao nível de ajuste, mas as coisas ficaram sérias. Foi uma decisão dura olhando para a estabilização da inflação no longo prazo, mas acho que o mercado vai reagir bem hoje", disse.
Ainda pela manhã, a Azul (AZUL4) irá divulgar seu resultado do primeiro trimestre. A expectativa, segundo consenso da Bloomberg, é de que a empresa registre receita líquida de 1,8 bilhão de reais, com 36,7 milhões de ebitda.
Em balanço apresentado na última semana, sua concorrente GOL (GOLL4) teve receita líquida de 1,6 bilhão de reais, cerca de 50% inferior ao do mesmo período do ano passado.
Junto com as ações da CVC (CVCB3) e de shoppings centers, as companhias aéreas têm entrado no foco de investidores em busca de empresas que possam se beneficiar com as reaberturas econômicas. Por outro lado, a forte reação apresentada pelos papéis da GOL e da Azul ainda no ano passado, quando chegaram a subir mais de 200% desde março, tem limitado os ganhos em 2021, com seus papéis praticamente estagnados desde o início do ano.
Em balanço divulgado ainda de madrugada, a Ambev (ABEV3) registrou lucro líquido de 2,73 bilhões de reais no primeiro trimestre, superando as expectativas de 2,3 bilhões de lucro. Em relação ao registrado no mesmo período de 2020, o número representou um crescimento de 125,6%. Já as vendas da empresa aumentaram 32% para 16,6 bilhões de reais.
Após o encerramento do pregão, serão apresentados os resultados da B2W (BTOW3), Lojas Americanas (LAME3) B3 (B3SA3), Banco do Brasil (BBAS3), Burger King Brasil (BKBR3), Camil (CAML3), Ouro Fino (OFSA3), São Carlos (SCAR3) e Simpar (SIMH3).