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No radar: IPCA, medo de inflação americana e o que mais move o mercado

Bolsas internacionais voltam a registrar fortes perdas, com investidores estendendo a venda de ações de tecnologia

Inflação: IPCA anual deve subir para 6,76% (Reinaldo Canato/VEJA)

Inflação: IPCA anual deve subir para 6,76% (Reinaldo Canato/VEJA)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de maio de 2021 às 06h55.

Última atualização em 11 de maio de 2021 às 07h11.

Embora a primeira semana do mês tenha sido positiva para investidores, os padrões estatísticos que indicam que maio não costuma ser bom para o mercado de ações parecem começar a se repetir. Isso porque nesta terça-feira, 11, bolsas do mundo todo voltam a apresentar perdas significativas, com os temores sobre a inflação americana cada vez maiores no mercado internacional

Após as vendas em massa de ações de tecnologia terem levado, no último pregão, o índice Nasdaq a sua maior queda desde março, o tom negativo contagiou as bolsas da Ásia nesta madrugada, com o índice Nikkei 225, caindo 3,08% e o Hang Seng, de Hong Kong, 2,22%. Na Europa, o índice londrino FTSE 100 é destaque negativo, com queda de 2%. 

As preocupações sobre inflação americana crescem às vésperas do índice de preço ao consumidor americano (CPI, na sigla me inglês), que será divulgado nesta quarta-feira, 12. A expectativa é de que o CPÌ aponte um crescimento de 3,6%, na comparação anual. Antes da pandemia, a meta era manter a inflação abaixo de 2%. 

O medo é de que a alta da inflação, provocada por trilhões de dólares de injetados na economia, reduza os programas de estímulo fiscal e monetário no país - o que tende a afetar especialmente as empresas em crescimento, com múltiplos mais elevados.

Com maior concentração de empresas do setor, o índice Nasdaq recua mais 1,3% no mercado de futuros, após ter caído 2,55% na véspera. O Dow Jones, mais ligado à economia tradicional, é o que menos sofre, com queda de apenas 0,6%. Na segunda, o índice fechou próximo da estabilidade, recuando somente 0,1%.

IPCA

No Brasil, a inflação local deve ser um dos principais temas do dia, com a divulgação do IPCA de abril. As estimativas do mercado apontam para uma alta mensal de 0,30%, que, caso confirmada, irá elevar a inflação acumulada em 12 meses para 6,76%, mais de 1,5 ponto percentual acima do topo da meta de inflação para este ano, de 5,25%. A expectativa é a de que o Copom eleve a taxa de juros para 5% até o fim do ano para tentar iniciar 2022 com a inflação sob controle. 

Ata do Copom

Nesta terça, o Copom deve dar mais pistas sobre seus próximos passos com a divulgação da ata da reunião da última semana, quando a taxa Selic sofreu reajuste de 0,75 ponto percentual para 3,5%

No comunicado posterior à decisão de juros, o Copom sinalizou que um ajuste da “mesma magnitude” deve ser feito na reunião de junho. Investidores esperam que a mensagem seja reforçada. Para o mercado, uma alta de juros rápida e intensa deve ser mais eficiente do que altas pequenas e prolongadas.

China de olho no minério

Após disparar 10% no início da semana sem nenhum motivador aparente, o minério de ferro subiu mais 1,7% nesta terça-feira, na China. A alta foi pressionado pela aumento de preços no mercado à vista do país, onde a commodity subiu 19 dólares para 231 dólares na segunda, 11, segundo a Reuters

A forte valorização do minério de ferro, no entanto, não deve sair barata. Segundo o jornal South China Morning Post (SCMP), a bolsa de commodities na China deve agir para esfriar o preço do minério e do aço, que voltou a bater recorde nesta terça. Nesta madrugada, a bolsa de Dalian já aumentou a margem exigida para traders e elevou a banda de negociação diária de contratos de minério de ferro. 

“Existem muitos fatores incertos que afetam as operações de mercado e os preços das commodities, principalmente carvão metalúrgico e minério de ferro, resultando em grandes oscilações. Os investidores devem participar de forma racional para se proteger contra riscos e garantir o bom funcionamento do mercado”, afirmou a bolsa de Dalian, segundo o SCMP.

Balanços

Nesta terça, a agenda de resultados do primeiro trimestre será recheada. Ainda antes do início do pregão, o BTG Pactual (BPAC11) e Klabib (KLBN11) irão divulgar seus balanços. Após o fechamento do mercado, outros 13 são esperados: Carrefour Brasil (CRFB3), Banco Inter (BIDI11), BR Distribuidora (BRDT3), Lopes (LPSB3), Marfrig (MRFG3) Notre Dame Intermedica (GNDI3), Raia Drogasil (RADL3), Santos Brasil (STBP3), SulAmerica (SULA11), Vivo (VIVT3), Vulcabras (VULC3), Wilson Sons (WSON33) e Espaco Laser (ESPA3).

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