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No radar: falta de estímulos e o que mais move o mercado nesta quinta

Possível interferência de Rússia e Irã sobre eleições americanas aumenta incertezas entre investidores

Bolsa: apesar de sinais de avanços em negociações, indefinição sobre pacote de estímulos já incomoda investidores (NurPhoto/Getty Images)

Bolsa: apesar de sinais de avanços em negociações, indefinição sobre pacote de estímulos já incomoda investidores (NurPhoto/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 22 de outubro de 2020 às 06h47.

Última atualização em 22 de outubro de 2020 às 08h36.

A indefinição sobre o pacote de estímulo americano já começa a incomodar os investidores que vinham precificando, desde o início da semana, um acordo antes das eleições americanas. Depois de adiar o prazo final para as negociações, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi voltou conversar sobre o tema com o secretário do tesouro, Steven Mnuchin, na quarta-feira, 22. Mas, novamente, não conseguiram chegar a uma proposta que agradecem democratas e republicanos. Ibovespa a 100 mil pontos: saiba o que se pode esperar da bolsa e das principais ações com a EXAME Research

Segundo o porta-voz da presidente da Câmara, Pelosi e Mnuchin voltaram a estreitar as diferenças na conversa de ontem, mas ainda há questões em aberto, como a necessidade de garantir a segurança das escolas americanas. Os dois devem retomar as negociações nesta quinta-feira, 22.

Eleições

Mas além da falta de estímulos, outro tema entrou no radar dos investidores: uma ameaça internacional sobre as eleições americanas. O alerta foi dado na noite de quarta-feira, 21, pelo diretor de Inteligência Nacional dos Estados Unidos, John Ratcliffe, que afirmou que a Rússia e o Irã usaram informações de registros de eleitores para tentar interferir nas eleições por meio da opinião pública. Segundo Ratcliffe, a tentativa de interferência teria se dado por meio de campanhas de desinformação por e-mail.

Segunda onda

Apesar do cenário americano negativo, na Europa, os investidores ainda estão tendo que lidar com a segunda onda de coronavírus e a medidas de controle da pandemia que voltaram a ser adotadas de forma mais rígida em alguns países do continente. Com esse fator adicional, o índice pan-europeu Stoxx 600 vem tendo perdas superiores a de outros mercados. Enquanto o índice S&P 500 acumula queda de 1,38% na semana e o Ibovespa, alta de 2,28%, o índice Europeu já caiu mais de 2%.

Dados econômicos

Sem grandes novidades na agenda econômica, as atenções devem ficar com os dados semanais de seguro desemprego dos Estados Unidos. Depois de duas quedas consecutivas, os números voltaram a subir na divulgação da última semana, quando foram registrados 898.000 pedidos - a maior quantidade desde o fim de agosto. Para esta semana, as expectativas apontam para 860.000 pedidos. Embora considerado menos relevante pelo mercado, também serão divulgados os dados americanos de vendas de casas usadas referentes ao mês de setembro. Assim como no Brasil, os dados imobiliários estão fortes nos EUA, apesar da crise econômica. Em agosto, o número bateu 6 milhões de vendas e para o último mês as estimativas são de 6,3 milhões de vendas - que, se confirmada, será o maior volume desde 2009.

Retrospectiva

No último pregão, o Ibovespa encerrou com leve alta de 0,01%, em 100.552,44 pontos, enquanto o dólar subiu 0,05% e fechou cotado a 5,614 reais.

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