Invest

No radar: Copom abre espaço para alta de juros e o que mais move o mercado

Bolsas internacionais seguem toada positiva à espera de estímulos, após posse de Biden; mercado local repercute comunicado do Copom e falta de insumos para vacinas

 (Amanda Perobelli/Reuters)

(Amanda Perobelli/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 21 de janeiro de 2021 às 07h01.

Última atualização em 21 de janeiro de 2021 às 08h13.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia.

Os índices futuros americanos avançam nesta quinta-feira, 21, pelo terceiro dia consecutivo na esperança de que o governo de Joe Biden, recém-empossado, promova novos estímulos na maior economia do mundo. No último pregão, todos os três principais índices dos Estados Unidos (Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones) fecharam em patamares recordes.

Quais os setores com maior potencial de alta no ano que começa? Descubra com a assessoria do BTG Pactual digital

O movimento de alta se estendeu para o mercado asiático, onde as bolsas da China e da Índia também bateram máximas históricas. Na Europa, o tom é majoritariamente positivo, com o índice Stoxx 600 avançando cerca de 0,4% nesta manhã.

No Brasil, contudo, incertezas sobre a distribuição da vacina e a tensão pré-Copom levaram o Ibovespa a andar na contramão do exterior e fechar em queda, perdendo a região dos 120.000 pontos. O real, por outro lado, teve um dos melhores desempenhos do mundo, com parte do mercado na expectativa de elevação de juros.

Copom

Como já era esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa de juros em 2% ao ano e retirou o forward guidance de seu comunicado, devido à recente alta da inflação. O instrumento vinha sendo usado para sinalizar que não haveria elevação de juros tão cedo. 

Mas, mesmo com o fim do forward guidance, o Copom reiterou em seu comunicado que isso não “implica mecanicamente uma elevação da taxa de juros pois a conjuntura econômica continua a prescrever”. Sem o forward guidance, o caminho fica praticamente livre para elevação da taxa de juros. No mercado, a expectativa é de que até o fim do ano a taxa Selic chegue a 3,25%, com a alta de juros começando no início do segundo semestre. 

Prévia dos possíveis efeitos da alta de juros foram sentidos no mercado brasileiro já na quarta-feira, 20, quando ganhou força a possibilidade de retirada do instrumento do comunicado do Copom: dólar para baixo e bolsa para baixo.

Impasse das vacinas

Outro ponto que vem pesando sobre o mercado local é a falta de clareza sobre se o Brasil terá vacinas suficientes para imunizar a população. Na véspera, o Instituto Butantan afirmou que os insumos para a produção da CoronaVac estão esgotados. 

O governador de São Paulo, João Doria, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disseram estar em contato com representantes do governo chinês para viabilizar a entrega dos itens necessários. O presidente Jair Bolsonaro também entrou na história, dizendo ser “único interlocutor oficial com a China”, mas, segundo Maia, a embaixada chinesa afirmou que nenhum representante do governo havia entrado em contato.

Sinal verde para a Hypera

A Hypera informou que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou a aquisição das marcas de medicamentos isentos de prescrição e de prescrição da Takeda Pharmaceutical. A operação, que envolve a venda das marcas Neosaldina, Dramin, Nebacetin e outras à Hypera, havia sido fechada em março de 2020 por 825 milhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:bolsas-de-valoresIbovespa

Mais de Invest

Banco Central anuncia leilão de linha com compromisso de recompra de até US$ 4 bilhões

Fila do INSS sobe e chega a quase 1,8 milhão; aumento em três meses é de 33%

Quanto rendem R$ 3 milhões na poupança por mês?

Renda fixa ou dividendos? Analista prefere ações mesmo com Selic a 11,25%