Mercados

No radar: euro, emprego nos EUA e o que mais move o mercado nesta quinta

Mercado aguarda sinais de estímulos de presidente do BCE, Christine Lagarde

Christine Lagarde: presidente do Banco Central Europeu (Mike Blake/Reuters)

Christine Lagarde: presidente do Banco Central Europeu (Mike Blake/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 10 de setembro de 2020 às 06h00.

O mercado financeiro inicia os trabalhos desta quinta-feira, 10, com as atenções voltadas para a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), marcada para às 8h45. A forte valorização do euro em relação ao dólar, para o maior patamar em dois anos, sustenta a expectativa de que o BCE possa anunciar medidas ou sinalizar um desconforto com a situação, que tira competitividade da economia da zona do euro.

Haverá também decisão sobre a taxa de juros, que está em -0,5% ao ano, além do aguardo de eventuais novas medidas de estímulo.

Confira os principais acontecimentos desta quinta-feira:

BCE

Na Europa, o fortalecimento do euro, que já acumula 5,5% de valorização contra o dólar no ano e está próximo das máximas desde de 2018, de 1,201 dólar, tem se tornado uma das principais preocupações. Isso porque quanto mais forte a moeda local, menos competitivo se tornam os produtos da região no mercado internacional, o que pode atrasar a recuperação econômica.

Para o banco de investimentos ING, a presidente do BCE, Christine Lagarde, enfrentará o teste de ter que controlar o euro sem causar efeitos negativos no mercado. Embora a decisão de juros seja divulgada ainda pela manhã, o pronunciamento de Lagarde ficará para o período da tarde, às 15h.

“A recente alta do euro pode ser um fator para as projeções de inflação serem revisadas para baixo e qualquer revisão para baixo aumentará a probabilidade de estímulo monetário adicional”, afirma em relatório Carsten Brzeski, economista-chefe na Zona do Euro e chefe global de macro do ING.

Desemprego

Além do BCE, os investidores devem se manter atentos à divulgação dos dados semanais de pedidos de seguro desemprego, principal indicador de alta frequência sobre a velocidade de recuperação da economia americana. O mercado espera que o número de pedidos seja o menor desde a alta abrupta do fim de março. As projeções medianas estão em 846.000 pedidos, abaixo dos 881.000 registrados na semana passada.

Na sexta-feira, 4, o payroll de agosto veio positivo, com a taxa de desemprego caindo de 10,2 para 8,4%, ante expectativa de 9,8%. Ainda que melhor que o esperado, os dados tiveram pouco impacto no mercado, que estava aflito com a forte queda das ações das principais empresas de tecnologia do país. Com a retomada dos papéis na quarta-feira, os indicadores econômicos devem voltar a ganhar destaque.

Varejo

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irá divulgar os dados de julho referentes às vendas do varejo. Os últimos dados, de junho, tiveram alta anual de 0,5% contra a expectativa de queda de 3,5%. O resultado foi impulsionado pelo auxílio emergencial do governo, que ajudou a manter os níveis de compras no país. Desta vez, o mercado colocou as expectativas para cima, com perspectivas de crescimento de 2,2%.

Retrospectiva

No último pregão, o Ibovespa, principal índice da B3, subiu 1,24% e encerrou em 101.292,05 pontos, com ajuda da retomada das ações de tecnologia nos Estados Unidos, após o índice Nasdaq ter registrado queda de 10% em três pregões. O bom humor externo também influenciou o dólar, que caiu 1,2% para 5,30 reais.

Acompanhe tudo sobre:AçõesCâmbioDólarIbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado