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No radar: BCE, PIB dos EUA, balanços gigantes e o que mais move o mercado

Mercado se recupera, após novas medidas de isolamento na Europa derrubarem bolsas do mundo inteiro

Bolsa: investidores repercutem resultados corporativos em meio à melhora do humor internaciona (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: investidores repercutem resultados corporativos em meio à melhora do humor internaciona (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de outubro de 2020 às 06h51.

Última atualização em 29 de outubro de 2020 às 10h14.

O mercado internacional busca alguma recuperação nesta quinta-feira, 29, após as perdas significativas do dia anterior. Na Europa, onde a França e a Alemanha decretaram lockdown para conter a segunda onda de coronavírus, o índice pan-europeu Stoxx 600 se mantém levemente positivo, enquanto os futuros americanos sobem cerca de 1%. Apesar do tom mais ameno no mercado, o clima ainda é de cautela em relação aos efeitos econômicos de novas medidas restritivas.

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Para atenuar os impactos de lockdowns na Europa, parte do mercado já considera a possibilidade de o Banco Central Europeu (BCE) adicionar novos estímulos até o fim do ano. Nesta quinta, o BCE irá decidir sobre a política monetária ainda pela manhã. As expectativas são de manutenção das taxas atuais.

Copom

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou as estimativas de mercado e manteve a taxa Selic em 2% ao ano. No comunicado, o Copom voltou dizer que vê os recentes dados de inflação como efeito “temporário” e deixou a porta aberta para um novo corte, ainda que considere que “o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno”. A nova decisão pode ter reflexos na curva de juros futuros, tendo em vista que parte dos investidores já especulavam que o Copom fosse dar sinais de elevação de juros para as próximas decisões, o que, pelo menos até agora, não ocorreu.

PIB dos EUA

Em dia de agenda econômica cheia, está previsto a divulgação da primeira prévia do PIB dos Estados Unidos. do terceiro trimestre. A expectativa é de que o país tenha registrado crescimento de 32% em relação ao terceiro trimestre, quebrando todos os recordes de alta trimestrais. O resultado deve ser impulsionado, principalmente, pela a abertura de negócios que estiveram fechado durante o período de quarentena mais rígida, que foi o segundo trimestre. A recuperação do PIB pode ser a última carta do presidente Donald Trump na tentativa de se reeleger. No segundo trimestre, o PIB americano caiu 31,4%.

Desemprego

Ainda nos Estados Unidos serão divulgados os dados semanais de pedidos de seguro desemprego. O mercado espera que o número volte a renovar a mínima desde o início da pandemia, ficando em 775.000 pedidos. Na semana anterior, os pedidos ficaram em 787.000, bem melhores do que as estimativas de mais de 800.000 pedidos. Ainda que esteja em uma decrescente, o número de pedidos segue muito acima dos 281.000 registrados antes dos impactos do coronavírus no mercado de trabalho americano.

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Ambev

Com resultado divulgado já nesta manhã, a Ambev teve lucro líquido ajustado de 2,495 bilhões de reais, resultando em um lucro por ação de 15 centavos, acima dos 11 centavos por ação esperados. Segundo a companhia, "a recuperação em V foi  impulsionada pela estratégia comercial da companhia, à medida em que inovação, flexibilidade e excelência operacional ganharam momentum". No período, a receita líquida da companhia cresceu 15,1% para 15,6 bilhões de reais. Somente no Brasil, o aumento da receita foi de 21,2%.

Petrobras

Em balanço divulgado na noite de ontem, a Petrobras registrou lucro bruto de 33,8 bilhões de reais, 12,6% a mais do no mesmo período do ano passado, enquanto sua receita líquida teve queda de 8,2% para 70,73 bilhões de reais. O lucro líquido, no entanto, foi negativo em 1,5 bilhão de reais. O número também ficou 5,6% abaixo do consenso de mercado. Pressionado pelo preço do petróleo no último pregão, as ações da companhia (PETR3 e PETR4) fecharam em queda de mais de 6%.

Vale

Outra gigante que apresentou resultados, a Vale teve lucro líquido de 15,615 bilhões de reais no terceiro trimestre, superando em 138,7% o registrado no mesmo período do ano passado. Já sua receita líquida cresceu 42,4% na comparação anual para 57,906 bilhões de reais. “A Vale apresentou um sólido resulto e tudo aponta para um quarto trimestre mais forte dos últimos anos dado o retorno do volume e resiliência no preço do minério de ferro”, avaliam analistas da Exame Research.

GPA

Primeira empresa do setor de varejo a reportar resultados, o Grupo Pão de Açúcar dobrou o lucro líquido para 339 milhões no terceiro trimestre. Sua receita líquida aumentou 23,7% na comparação anual para 5,322 bilhões de reais.

Suzano

Nesta quinta, será a vez da Suzano apresentar o resultado do terceiro trimestre após o encerramento do pregão. A expectativa pelo consenso de mercado da Bloomberg é de que sua receita fique 7,256 bilhões de reais, levemente acima da registrada no trimestre anterior, mas tenha prejuízo superior a 3 bilhões de reais.

B2W e Lojas Americanas

A B2W e as Lojas Americanas também irão apresentar seus balanços após o encerramento do pregão desta quinta. Com suas ações (BTOW3) acumulando alta de mais de 30%, a B2W será a primeira varejista digital a divulgar o resultado do terceiro trimestre e deve revelar como as vendas online se comportaram já com a reabertura de alguns comércios. A expectativa do mercado é que a receita da empresa tenha uma leve queda em relação ao segundo trimestre, mas ainda fique acima da registrada no mesmo período do ano passado. Seu resultado também poderá mexer com as ações da Via Varejo e Magazine Luiza na  sexta-feira, 30.

Outros balanços

Usiminas, Fleury, Pague Menos e Log também devem apresentar seus balanços do terceiro trimestre nesta quinta.

Retrospectiva

No último pregão, o Ibovespa despencou 4,25% para 95.368,76 pontos, enquanto o dólar subiu 1,63% e fechou sendo vendido a 5,763 reais.

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