Redação Exame
Publicado em 30 de outubro de 2025 às 21h16.
Em meio à sua pior crise financeira em mais de duas décadas, desde que foi resgatada da quase falência pela montadora francesa Renault, a Nissan Motor prevê prejuízo de 275 bilhões de ienes este ano, o equivalente a US$ 1,82 bilhão.
A montadora japonesa, que sofre com a queda vertiginosa dos lucros e elevado endividamento, teve a situação agravada pelos impactos das tarifas dos Estados Unidos. A empresa alertou ainda que os riscos na cadeia de suprimentos devem ser o principal obstáculo no segundo semestre fiscal.
Segundo a Reuters, a Nissan estimou que o impacto das tarifas será 25 bilhões de ienes menor na segunda metade do ano fiscal, que se encerra em março de 2026, após o Japão firmar um acordo comercial com os Estados Unidos que reduziu as taxas sobre carros japoneses para 15%.
Para o período de abril a setembro, a expectativa é de prejuízo de 30 bilhões de ienes, um resultado melhor que a previsão anterior de perda de 180 bilhões de ienes.
“Embora nossos resultados do primeiro semestre reflitam benefícios temporários e o retorno do investimento em iniciativas de redução de custos, prevemos um ambiente competitivo desafiador contínuo no segundo semestre, riscos na cadeia de suprimentos e a sazonalidade dos negócios", disse o diretor financeiro da Nissan, Jeremie Papin.
Segundo Papin, a prioridade continua sendo a execução disciplinada, a gestão sólida do fluxo de caixa e a proteção da rentabilidade.
A Nissan divulgará os resultados do primeiro semestre do ano fiscal de 2025 em 6 de novembro.
Desde o início deste ano, a Nissan tem implementado um rigoroso plano de redução de custos em toda a região das Américas. O objetivo é cortar US$ 2 bilhões até o final do ano fiscal de 2025 — US$ 1 bilhão em custos fixos e US$ 1 bilhão em custos variáveis.
O movimento visa recuperar a lucratividade que a companhia perdeu nos últimos anos e faz parte da reestruturação global da montadora japonesa, conhecida como Re:Nissan.
A estratégia prevê o corte de 20 mil empregos e a redução de sete fábricas até 2028 — uma maneira de reverter o prejuízo líquido histórico de 670,8 bilhões de ienes (US$ 4,6 bilhões) registrados no último ano fiscal, terminado em março de 2025.