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Nissan anuncia 20 mil demissões e corte de US$ 2 bilhões nas Américas; Brasil é exceção

Movimento visa recuperar a lucratividade que a companhia perdeu nos últimos anos e faz parte da reestruturação global da montadora japonesa, conhecida como Re:Nissan

Novo Kicks: Nissan aposta no aumento de produção para reforçar imagem no mercado brasileiro (Matthias Balk/picture alliance /Getty Images)

Novo Kicks: Nissan aposta no aumento de produção para reforçar imagem no mercado brasileiro (Matthias Balk/picture alliance /Getty Images)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 17 de junho de 2025 às 14h21.

Última atualização em 17 de junho de 2025 às 15h08.

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Desde o início deste ano, a Nissan tem implementado um rigoroso plano de redução de custos em toda a região das Américas. O objetivo é cortar US$ 2 bilhões até o final do ano fiscal de 2025 — US$ 1 bilhão em custos fixos e US$ 1 bilhão em custos variáveis.

O movimento visa recuperar a lucratividade que a companhia perdeu nos últimos anos e faz parte da reestruturação global da montadora japonesa, conhecida como Re:Nissan.

A estratégia prevê o corte de 20 mil empregos e a redução de sete fábricas até 2028 — uma maneira de reverter o prejuízo líquido histórico de 670,8 bilhões de ienes (US$ 4,6 bilhões) registrados no último ano fiscal, terminado em março de 2025.

O valor está próximo do prejuízo recorde registrado no exercício de 1999-2000 de 684 bilhões de ienes, que terminaram empurrando a empresa para uma associação com a montadora francesa Renault, uma operação turbulenta marcada por vários problemas, incluindo a detenção no Japão de Carlos Ghosn.

Foco nas Américas

No Brasil, no entanto, o plano da companhia é aumentar a produção. A fábrica de Resende (RJ), um dos principais polos da marca na América Latina, vai produzir novos modelos para ganhar escala e otimizar a metodologia. A expectativa é a fabricação 32 carros por hora, aumento de 33% no ritmo de produção.

As Américas são um mercado importante para a Nissan. Christian Meunier, chairman da empresa para a região, destacou durante sua visita ao Brasil que a América do Norte e a América Latina representam 45% das vendas globais da companhia — e uma fatia ainda maior do faturamento.

A meta de ganhar escala na produção é um reflexo direto da ambição da companhia em conquistar novos mercados e assegurar a recuperação de sua saúde financeira nos próximos anos. A Nissan enfrenta um forte endividamento e chegou a tentar, há alguns meses, uma fusão com a Honda, mas o plano foi abortado.

"A realidade é clara. Temos uma estrutura de custos muito elevada e, para complicar ainda mais as coisas, o ambiente do mercado mundial é volátil e imprevisível, o que torna o planejamento e o investimento um desafio cada vez maior", declarou à imprensa o CEO da Nissan, Iván Espinosa.

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