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Balanços nos EUA: "Ninguém espera que seja uma ótima temporada"

Bank of America projeta desaceleração de lucros; J.P. Morgan e Wells Fargo estão entre os primeiros a divulgar resultados

Bank of America: banco revisa para baixo expectativa de lucros de empresas americanas para este ano (FABRICE COFFRINI/Getty Images)

Bank of America: banco revisa para baixo expectativa de lucros de empresas americanas para este ano (FABRICE COFFRINI/Getty Images)

Publicado em 9 de outubro de 2024 às 11h42.

Última atualização em 9 de outubro de 2024 às 14h26.

A divulgação dos resultados de grandes bancos americanos movimentará o mercado internacional no fim desta semana. Os balanços de J.P. Morgan e Wells Fargo estarão entre os primeiros referentes ao terceiro trimestre de 2023. No entanto, a expectativa para esta temporada de balanços não é das melhores.

"Ninguém espera que seja uma ótima temporada de balanços", diz o Bank of America (BofA) em relatório.

O consenso do mercado é de que o lucro médio das empresas americanas cresça 4% em relação ao mesmo período de 2023, o que é 7 pontos percentuais abaixo da taxa registrada no trimestre anterior. O próprio BofA revisou para baixo sua expectativa de lucro para este ano. "Acreditamos que as taxas de juros mais altas e a redução dos estoques causaram a queda contínua da atividade industrial, mas agora esses fatores já terminaram", afirma o banco.

A boa notícia, diz o relatório, é que "a barra não está alta". "Desde que as empresas tenham superado os desafios macroeconômicos e vejam sinais iniciais de melhora devido à queda das taxas de juros, as ações devem ser recompensadas."

Expectativa de sinalizações futuras

Mais importante do que os resultados deste trimestre serão as sinalizações sobre o futuro, agora que o Federal Reserve começou a reduzir a taxa de juros. "O foco principal está na perspectiva das empresas do outro lado da curva de juros, agora que um ciclo de afrouxamento começou. Fique de olho nos comentários de setores sensíveis às taxas de juros", afirma o BofA.

A expectativa do banco é de que os lucros da maioria das empresas voltem a acelerar no quarto trimestre, chegando à marca de dois dígitos. No entanto, há uma maior cautela para o desempenho do grupo das 7 Magníficas (Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon, Meta, Tesla e Nvidia), que pode enfrentar uma desaceleração mais persistente. A projeção do banco é de que a expansão de lucro dessas empresas gire em torno de 20% no próximo ano, ante um crescimento de 37% registrado no segundo trimestre de 2023.

"Embora os lucros do 7 Magníficas  ainda devam superar os lucros das outras 493 empresas do S&P 500, esperamos que a redução da diferença de crescimento seja um grande fator para a ampliação do mercado, considerando a diferença extrema de valuation e posicionamento."

Efeito eleições presidenciais

Outro ponto de atenção dos analistas é o efeito das eleições presidenciais nos EUA sobre as companhias. Nos balanços do segundo trimestre, 110 das 500 maiores empresas americanas mencionaram a corrida eleitoral, 62% a mais do que no ciclo de 2020. A expectativa é de que o tema ganhe ainda mais destaque com a aproximação do pleito final em novembro.

"A atividade de investimento historicamente melhora após as eleições, o que pode ser um fator para as empresas liberarem aumentos de capex, especialmente com taxas de juros mais baixas", conclui o relatório do BofA.

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