Repórter
Publicado em 30 de setembro de 2025 às 18h47.
A Nike registrou nesta terça-feira, 30, crescimento surpreendente nas vendas durante o último trimestre, alcançando receita de US$ 11,7 bilhões, uma alta de aproximadamente 1% em relação aos US$ 11,59 bilhões do mesmo período do ano anterior. O resultado também superou as expectativas de US$ 11 bilhões de Wall Street.
Após o anúncio, as ações da Nike subiram 0,9% no pregão estendido em Nova York, embora a companhia registre uma queda de 7,8% no acumulado do ano até o fechamento desta terça-feira, segundo a Bloomberg.
A Nike também apresentou lucro líquido de US$ 727 milhões, marcando uma queda de 31% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, quando a empresa registrou um lucro de US$ 1,05 bilhão, ou 70 centavos por ação.
A margem bruta, porém, caiu 3,2 pontos percentuais, para 42,2%, o que gerou preocupação entre os investidores. Isso reflete que a empresa continua lidando com os efeitos da liquidação de estoques antigos. Em comunicado, a Nike explicou que essa queda foi impulsionada por descontos significativos e tarifas mais altas.
Os resultados indicam que os esforços de Elliott Hill, CEO da Nike, para reformular a companhia de artigos esportivos estão começando a surtir efeito, com a empresa limpando estoques antigos e reorganizando sua estrutura executiva, que incluiu a substituição de diversos líderes de alto escalão.
A Nike enfrentou uma queda acentuada nas vendas após a gestão anterior se distanciar de parceiros de longa data no atacado e focar excessivamente em calçados casuais, dando menos atenção aos produtos direcionados para o desempenho, como tênis de corrida.
No trimestre anterior, a empresa registrou uma queda de 11% nas vendas. Em junho, Hill declarou que "era hora de virar a página" e que a empresa esperava uma recuperação após esse período de baixa.
Agora, os esforços de Hill parecem ter dado frutos, com o setor de atacado registrando um crescimento de 5%, alcançando US$ 6,8 bilhões, superando a média das estimativas de analistas.
Mesmo assim, o Matt Friend, CFO da companhia americana, alertou que "o progresso não será linear" e que algumas áreas estratégicas podem levar mais tempo para se recuperar. A Nike ainda enfrenta desafios, como a queda nas vendas na China e uma redução de 28% nas vendas da marca Converse.
A estratégia de recuperação da Nike se concentra em reorientar o desenvolvimento de produtos e marketing para esportes, ao mesmo tempo em que reconstrói suas parcerias com varejistas. A empresa está retornando à Amazon após seis anos e seus tênis voltaram às lojas da varejista norte-americana Foot Locker.
Por outro lado, os esforços da Nike encaram obstáculos como tarifas americanas e preocupações com os gastos dos consumidores. A empresa aumentou alguns preços e estimou que seus custos subirão em US$ 1 bilhão pelo aumento das taxações. A empresa também observou que essas tarifas impactaram sua margem bruta, que é uma medida importante de lucratividade.