Netflix: ações caem após resultados do 3º trimestre de 2025 (Artur Widak/Nurphoto/Getty Images)
Repórter de Casual
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 17h38.
Última atualização em 21 de outubro de 2025 às 20h14.
A Netflix (NFLX) registrou lucro de US$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025. O lucro por ação (EPS, na sigla em inglês) da empresa foi de US$ 5,87, abaixo do esperado. O consenso do mercado era de US$ 6,97.
A empresa anunciou os resultados financeiros do terceiro trimestre nesta terça-feira, 21, e, apesar do crescimento em receita, teve margem lucro afetado pela tributação brasileira. A receita do período foi de US$ 11,51 bilhões, 17,2% maior do que a registrada no mesmo período do ano passado. Após o pregão, as ações caiam 7%.
Em carta aos acionistas, a gigante do streaming declarou que a margem de lucro da companhia foi de 28%, abaixo do esperado, “devido a uma despesa relacionada a uma disputa em andamento com as autoridades fiscais brasileiras, que não estava em nossa previsão". O valor, diz o texto, foi em torno dos US$ 619 milhões. "O impacto acumulado (aproximadamente 20% relacionada ao ano de 2025, com o restante referente a 2022-2024) reduziu nossa margem operacional do Q3'25 em mais de cinco pontos percentuais”.
Sem essa despesa, a empresa teria superado a previsão de margem operacional para trimestre. "Não esperamos que esse assunto tenha um impacto material nos resultados futuros”, diz o texto. A margem esperada para o trimestre era de 31,5%.
A votação da regulamentação do VOD (video on demand) deve ser retomada na próxima terça ou quarta-feira, segundo apuração da Folha de S. Paulo. O novo relator do projeto é Doutor Luizinho (PP-RJ).
Tributação brasileira à parte, a Netflix apresentou bons resultados no terceiro trimestre do ano. A empresa segue com um engajamento saudável e alcançou maior participação de visualizações trimestral de todos os tempos nos EUA e Reino Unido, com um crescimento de 15% e 22%, respectivamente, desde o Q4’22, de acordo com Nielsen e Barb.
Mas os destaques desse engajamento, curiosamente, não vieram de títulos norte-americanos. A segunda temporada de Wandinha, filmada na Irlanda, conquistou de 114 milhões de visualizações. Alice in Borderland, do Japão, teve mais de 20 milhões.
Mas a joia do trimestre mesmo foi Guerreiras do K-Pop, animação sul-coreana que se tornou o filme mais assistido da história da Netflix, com 325 milhões de visualizações. As músicas do longa-metragem, que se tornaram populares nas redes sociais, também ocupam os primeiros lugares na lista das 10 canções mais ouvidas do Spotify.
Entre as produções dos Estados Unidos, o destaque foi Happy Gilmore 2, estrelado por Adam Sandler, que atingiu 126 milhões de visualizações. O filme bateu o recorde, segundo a Nielsen, como a maior quantidade de horas assistidas no primeiro fim de semana, com 2.9 bilhões de minutos.
Na linha de ascensão em receita, a luta de boxe entre Canelo e Crawford, exibida ao vivo nos Estados Unidos, se tornou a mais assistida do século da categoria. Foram mais de 41 milhões de visualizações.
Investindo forte no modelo de negócios de publicidade, com o Netflix Ads Suite, a companhia apresentou o melhor trimestre de vendas de anúncios da história da empresa. A construção do negócio de publicidade deve dobrar a receita de anúncios em 2025 (ainda a partir de uma base relativamente pequena).
Recentemente, a empresa anunciou a integração com o DSP da Amazon globalmente e o DSP da AJA no Japão na oferta programática, com disponibilidade a partir do quarto trimestre de 2025. Os esforços devem ajudar a criar uma experiência melhor e mais relevante para os membros e ajudar os anunciantes a alcançar resultados melhores.