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Netflix desaba 25% após balanço: o que esperar das ações e dos BDRs?

Papéis recuam no after market após resultado decepcionar investidores; analistas recomendam cautela com setor

BDRs da empresa negociados no Brasil (NFLX34) recuam 49% no ano (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

BDRs da empresa negociados no Brasil (NFLX34) recuam 49% no ano (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 19 de abril de 2022 às 19h24.

Última atualização em 19 de abril de 2022 às 19h27.

As ações da Netflix estão em queda livre no mercado americano nesta terça-feira, 19, recuando mais de 25% no after-market da bolsa de tecnologia Nasdaq. 

No horário regular de pregão, que vai até às 17h (horário de Brasília), os papéis fecharam em alta de 3% com investidores aguardando a divulgação do balanço do primeiro trimestre de 2022 da companhia. Após a divulgação, no entanto, os papéis começaram a desabar.

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A companhia de streaming de vídeos perdeu 200 mil assinantes nos três primeiros meses de 2022 – a primeira baixa em uma década. O dado surpreendeu: analistas em média projetavam um ganho de mais de 2 milhões de usuários no período. 

“É um resultado muito abaixo da expectativa e, para o futuro, as perspectivas não são nada positivas, considerando perdas de usuários também nos próximos trimestres”, explicou Thiago Lobão, CEO da gestora Catarina Capital. A companhia prevê perder mais 2 milhões de assinantes já no segundo trimestre.

Nos primeiros meses de 2022, o resultado foi impactado pela saída da Rússia do serviço, que aumentou a baixa de usuários na Europa. Ainda assim, existem outros desafios estruturais que deixam os analistas céticos com os papéis da empresa e com o próprio setor.

“Um dos fatores que explica a queda é a inflação nos Estados Unidos, os clientes estão cortando bens não essenciais. Além disso existe a questão do compartilhamento de senha entre vários usuários, somado a um aumento da competição. Existem vários players importantes no setor como Disney Plus, Amazon Prime, AT&T, diversos operadores de serviço de assinatura de séries e filmes”, afirmou Bernardo Carneiro, analista de BDRs do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME).

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Outro fator que impactou a empresa foi a própria pandemia. Em um primeiro momento, o isolamento impulsionou os serviços da empresa, que agora sofrem com a reabertura das economias. 

"A pandemia praticamente acabou e as pessoas não estão permanecendo dentro de casa consumindo lazer. Considerando todo o cenário, nossa leitura é negativa para Netflix e também para o segmento de assinaturas como um todo”, argumentou Carneiro.

As ações da Netflix acumulam baixa de 38% no mercado americano em 2022. Já os BDRs da empresa negociados no Brasil (NFLX34), recuam 49% no ano.

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