Mercados

Net bate concorrência na renda fixa com participação de Slim

A rentabilidade dos papéis da NET ganhou força depois que bilionário Carlos Slim aumentou sua participação na companhia

Devido a Slim, títulos da Net tiveram melhor rentabilidade que a dívida corporativa dos EUA (Mario Tama/Getty Images)

Devido a Slim, títulos da Net tiveram melhor rentabilidade que a dívida corporativa dos EUA (Mario Tama/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2010 às 05h45.

Nova York e Cidade do México - A Net Serviços de Comunicação SA está vencendo as concorrentes da América Latina no mercado de renda fixa. A rentabilidade dos papéis da maior operadora brasileira de TV por assinatura ganhou força depois que o bilionário mexicano Carlos Slim aumentou sua participação na companhia.

Os títulos da Net tiveram desempenho superior ao da dívida corporativa dos Estados Unidos, que caiu 0,9 por cento nos últimos dois meses, de acordo com o Bank of America Merrill Lynch. Desde 1 de outubro, o rendimento dos US$ 350 milhões em títulos da empresa sediada em São Paulo recuou 15 pontos-base, ou 0,15 ponto percentual, para 5,43 por cento, segundo dados da Bloomberg.

A América Móvil SAB, de Slim, maior operadora de telefonia móvel da América Latina, investiu US$ 2 bilhões em 7 de outubro para aumentar a quantidade de ações preferenciais da Net. A compra faz parte da estratégia do homem mais rico do mundo de unir as operações de telefonia, Internet e TV no Brasil para tirar clientes da Telefónica SA. A Embratel Participações SA, unidade da América Móvil no Brasil, controlava 79 por cento da Net em 26 de outubro.

“Foi um investimento muito grande que sinaliza ao mercado que eles pretendem apoiar totalmente essa empresa”, disse Chris Buck, analista de dívida corporativa da América Latina do Barclays Plc em Nova York, numa entrevista por telefone. “Já está parcialmente precificado e mais disso deve entrar no preço.”

‘Apoio financeiro’

A Standard & Poor’s mudou a perspectiva da nota BB+ da Net de estável para positiva em 16 de novembro, afirmando que a crescente participação da América Móvil pode levar a agência a elevar a classificação da dívida em pelo menos um nível. A Moody’s Investors Service deu à Net a nota Ba1, em linha com a classificação da S&P e um nível abaixo do grau de investimento.

“Até o momento não incorporamos qualquer tipo de apoio financeiro dos acionistas da Net em nossa análise”, Flávia Bedran, analista da S&P em São Paulo, escreveu num relatório.

Além da fatia de ações preferenciais, a América Móvil é dona de 49 por cento da holding que controla a Net por meio de ações ordinárias. A Globo Comunicação e Participações SA detém os outros 51 por cento da holding. Um acordo fechado há cinco anos prevê que a Globo transfira o controle para a América Móvil se o Congresso mudar uma lei para permitir que estrangeiros controlem empresas de TV por assinatura no Brasil.

A proposta para modificar a legislação foi enviada ao Senado em junho, após aprovação pela Câmara de Deputados. Romero Jucá, líder do governo no Senado, disse que espera a votação da proposta na casa até o fim do mês.

“É importante que se vote logo porque isso define um setor importante de investimentos no País”, disse Jucá em entrevista ontem por telefone de Brasília.

Acompanhe tudo sobre:Carlos SlimClaroEmpresáriosEmpresasEmpresas abertasEmpresas mexicanasgestao-de-negociosNETPersonalidadesRentabilidadeServiçosTelecomunicaçõesTelmexTV a caboTV paga

Mais de Mercados

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Ibovespa fecha em queda, apesar de rali pós-Fed no exterior; Nasdaq sobe mais de 2%

Reação ao Fomc e Copom, decisão de juros na Inglaterra e arrecadação federal: o que move o mercado