Neoenergia: energia injetada no período teve queda com menores temperaturas e maiores chuvas, além do impacto de geração distribuída (Marcello Casal Jr/ABr/Site Exame)
Karina Souza
Publicado em 25 de outubro de 2022 às 19h46.
Última atualização em 25 de outubro de 2022 às 19h49.
A Neoenergia teve lucro de R$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre deste ano, 17% maior do que o registrado no mesmo período de 2021. O reconhecimento de R$ 678 milhões da incorporação da Bahia PCH III pela Neoenergia Brasília foi um fator atípico que colaborou para o resultado positivo no período — uma vez que a empresa teve queda de receita e aumento de despesas no período.
A receita líquida caiu 11% no mesmo intervalo de tempo, para R$ 10,3 bilhões. A energia injetada no período foi de 18,4 GWh, queda de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Em relação a isso, a companhia destacou no relatório que foi impactada pela geração distribuída, menores temperaturas e maiores chuvas. Em relação ao futuro, o impacto do aumento de GD em todas as concessões deve ser contemplado no dimensionamento do mercado nas próximas revisões tarifárias, que já se iniciam em abril de 2023 (para Coelba e Cosern) e agosto do ano que vem (para a Elektro).
O indicador de energia distribuída também teve queda, de 1,2%, fechando o período em 16,2 GWh. A empresa fechou o período com 15,9 milhões de clientes, aumento de 2% na comparação com o mesmo período do ano anterior.
No segmento de energia renovável, a companhia encerrou o período com capacidade instalada de 4.2191 MW, número que deve subir para 4.702 MW já em 2023. No terceiro trimestre, a energia solar e eólica gerada foi 91% maior do que a do mesmo período do ano passado, em razão principalmente da entrada em operação de dois complexos eólicos (Solar Oitis e Solar Luzia) e da maior geração de um deles (Chafariz).
No negócio de distribuição, os segmentos industrial e rural foram os que apresentaram as maiores quedas no período, de 10,1% e 14,5%, respectivamente. A queda foi muito mais sutil no segmento industrial (0,9%) e houve ligeira alta no comercial, em meio ao período de retomada na atividade econômica.
O Ebitda fechou o período com queda de 18%, para R$ 2,3 bilhões.
As despesas operacionais aumentaram 14%, para R$ 960 milhões. No período, o serviço da dívida também cresceu, fechando o período em R$ 780 milhões, cifra 38% maior do que a registrada no mesmo período de 2021.
A alavancagem da companhia se manteve estável em relação ao mesmo período do ano passado, fechando o trimestre em 3,13 vezes.