Capex para distribuição cresceu 60% na comparação anual (Paulo Santos/Reuters)
Tais Laporta
Publicado em 28 de junho de 2019 às 13h37.
Última atualização em 28 de junho de 2019 às 13h39.
A elétrica Neoenergia precificou suas ações a 15,65 reais em sua oferta pública secundária, informaram nesta sexta-feira (28) as empresas envolvidas, em uma operação que movimentou mais de 3 bilhões de reais.
A precificação das ações, que começam a ser negociadas em 1º de julho, ficou dentro da faixa indicativa de preço de 14,42 a 16,89 reais por ação. A demanda chegou a nove vezes o tamanho da oferta, disse uma fonte com conhecimento do assunto.
No processo, a espanhola Iberdrola vendeu 29,7 milhões de ações; o BB Investimentos, 113,4 milhões de papéis; e a Previ, 64,9 milhões de títulos.
Dessa forma, a operação movimentou cerca de 3,26 bilhões de reais, disse a Neoenergia, sem considerar a venda de lotes suplementar e adicional, que podem ampliar o lote total vendido em até 35%, tendo como referência a oferta base.
O interesse dos investidores nas ações da elétrica reflete um otimismo generalizado com empresas do setor, mais do que com a própria companhia, que ainda precisa provar seu valor, disse na véspera à EXAME Eduardo Guimarães, analista da consultoria de investimentos Levante.
“Claramente, a Neoenergia não é o melhor ativo do setor elétrico, mas é a segunda maior elétrica do país e os investidores veem o setor com bons olhos” afirma Guimarães.
A alienação da participação do BB Banco de Investimento S.A. (BB-BI), empresa controlada do BB, equivalente a 9,35% das ações da Neoenergia, avaliada em 1,795 bilhão de reais no BB em 31 de março de 2019, resultará em 1,775 bilhão de reais, disse a instituição bancária em nota.
“Estimamos que os impactos no resultado e no índice de Capital Principal serão residuais... A transação foi realizada com o objetivo de otimizar o valor dos investimentos estratégicos do conglomerado BB”, disse o banco em nota.
Já a Iberdrola deve continuar sendo a principal acionista. Ela tinha 52,45% da companhia, antes da oferta.
O presidente-executivo empresa espanhola Ignacio Sánchez Galán lembrou recentemente que, segundo acordado com os outros acionistas, há intenção da companhia de continuar com o controle da Neoenergia. A Previ, por sua vez, detinha cerca de 38%, antes da venda das ações.
Avaliada hoje em R$ 18,4 bilhões, a Neoenergia já havia tentado estrear na Bolsa em 2017, mas a precificação dos papéis na época não foi suficiente para convencer os acionistas de que a operação valia à pena.
No novo pedido de abertura de capital, a empresa tem ambição de ingressar noNovo Mercado da B3, o segmento mais alto de governança corporativa.
No processo, os controladores da companhia pretendem vender a participação. A Iberdrola venderá 29,7 milhões de ações mas permanecerá como controladora; o BB Investimentos vai se desfazer de 113,4 milhões de papéis e sairá do negócio. Já o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) venderá 64,9 milhões de títulos, reduzindo sua fatia de 38,21% para 32,86%.
A abertura de capital da Neoenergia será o segundo IPO de 2019, depois da Centauro, que abriu capital em abril.
Em junho, foi grande a movimentação de ofertas secundárias de ações (follow ons), como a venda das ações detidas pela Caixa Econômica na Petrobras, que movimento R$ 7,3 bilhões na véspera e teve uma demanda bem superior à oferta.
Esta semana também houve a oferta secundária da empresa de tecnologia Linx, que movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão no Brasil e no exterior.