A Natura Cosméticos SA registrou a maior queda em quase quatro meses depois de a maior empresa de cosméticos do País anunciar lucros que ficaram abaixo das estimativas dos analistas.

As ações da Natura chegaram a cair 4,1 por cento na BM&FBovespa, a maior desvalorização desde 6 de janeiro. Os papéis estavam em baixa de 3,3 por cento, a R$ 43,26, às 13:07, enquanto o Ibovespa apresentava recuo de 1,7 por cento.

A Natura disse que o lucro líquido entre janeiro e março aumentou 5,3 por cento, para R$ 150,5 milhões, contra R$ 141,6 milhões no mesmo período de 2010, segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários ontem após o fechamento do mercado. O resultado ficou abaixo da média das previsões de oito analistas consultados pela Bloomberg, que indicava lucro de R$ 161,8 milhões.

“As quedas são justificadas”, disse Renato Prado, analista da Fator Corretora, em uma entrevista por telefone de São Paulo. “Houve uma desaceleração muito forte em termos de crescimento tanto de receita líquida quanto de Ebitda.”

A Fator Corretora está revisando sua classificação “manutenção” para a Natura e provavelmente vai cortar sua meta de preços para o papel em dezembro, que hoje é de R$ 51,92, disse Prado.

As vendas da empresa aumentaram 13 por cento para R$ 1,15 bilhão, o ritmo mais lento desde o segundo trimestre de 2008. O Ebitda -- lucro antes de impostos, taxas, depreciação e amortização -- aumentou 8,4 por cento, para R$ 264,1 milhões.

“Para as expectativas do mercado e para que o papel seja negociado nesses patamares de valuation, espera-se mais,” disse Prado. A Natura é negociada a 24,7 vezes as suas estimativas de lucro.