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Natura &Co tem prejuízo de R$ 767 mi e queda no caixa pesa na despesa financeira

Queda na receita líquida e na margem bruta levam à desalavancagem operacional, e Ebitda cai 21%

Natura: O trimestre mostra queda de 8,6% na receita líquida consolidada, para R$ 8,7 bilhões (Natura/Divulgação)

Natura: O trimestre mostra queda de 8,6% na receita líquida consolidada, para R$ 8,7 bilhões (Natura/Divulgação)

GV

Graziella Valenti

Publicado em 11 de agosto de 2022 às 21h18.

Última atualização em 12 de agosto de 2022 às 08h18.

A Natura &Co (NTCO3) terminou o segundo trimestre com um prejuízo de R$ 767 milhões, ante a um lucro de R$ 235 milhões em igual período de 2021, quando o bom desempenho contou com um ganho extra de R$ 527 milhões na linha de imposto.

O trimestre mostra queda de 8,6% na receita líquida consolidada, para R$ 8,7 bilhões. Foi entre abril e junho do ano passado que as vendas começaram a se acelerar de forma significativa, o que torna a base de comparação forte. Todas as divisões mostraram recuo na receita na comparação anual. A única que teve crescimento foi Aesop, com alta de 5,7%.

A margem bruta consolidada recuou de 65% para 63%. O Ebitda, por sua vez, recuou ainda mais: 21%, para R$ 490,7 milhões. Antes do Ebitda, praticamente todas as despesas recuaram, com exceção dos gastos com a reestruturação que na comparação anual subiram 55%, para R$ 282 milhões. Mas as melhorias não foram suficientes para compensar o efeito de queda nas vendas e de margem bruta.

Apesar de ter realizado um processo de melhoria do perfil financeiro, desde a aquisição da Avon — com pagamento de dívidas internacionais e duas emissões de ações desde o início da pandemia — , a Natura &Co não escapou da piora no cenário macroeconômico, com a explosão da taxa de juros (Selic, no Brasil). As despesas financeiras líquidas mais que dobraram, de R$ 205 milhões para R$ 427 milhões.

Mesmo com uma redução da dívida bruta na comparação anual, para R$ 12,8 bilhões ao fim de junho, a dívida líquida da Natura &Co aumentou de forma importante: de R$ 5,9 bilhões para R$ 8,5 bilhões. O principal motivo, portanto, é a redução do caixa, que saiu de R$ 8 bilhões para R$ 4,3 bilhões.

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