Mercados

Nasdaq despenca e derruba bolsas globais; Apple e Tesla caem mais de 8%

Investidores realizam lucros após índice fechar acima dos 12.000 pontos pela primeira vez na história

EUA: em dia de tensão no mercado americano, índice Nasdaq tem pior dia em quase três meses e derruba mercados globais (Michael Nagle/Bloomberg via/Getty Images)

EUA: em dia de tensão no mercado americano, índice Nasdaq tem pior dia em quase três meses e derruba mercados globais (Michael Nagle/Bloomberg via/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 17h49.

Última atualização em 3 de setembro de 2020 às 19h16.

O índice americano Nasdaq despencou 4,96%, nesta quinta-feira, 3, e teve seu pior desempenho desde 11 de junho. O movimento de queda é atribuído por especialistas à realização de lucros, após as recentes máximas históricas alcançadas pelo índice. Na véspera, o Nasdaq havia fechado acima dos 12.000 pontos pela primeira vez na história — hoje, voltou para os 11.458,10 pontos. Por lá, o índice S&P 500 e Dow Jones — que possuem menor concentração de companhias de tecnologia — caíram 3,51% e 2,78%, respectivamente.

O desempenho negativo foi puxado por ações de algumas das principais empresas de tecnologia do mundo, que apresentaram forte desvalorização, depois de também terem tocado picos históricos. Por lá, as ações da Apple despencaram 8,01%. Os papéis da Tesla, Microsoft, Alphabet, Amazon, Facebook e Netflix registraram respectivas perdas de 9,02%, 6,19% 5,12%, 4,63%, 3,76% e 4,90%. Na bolsa de Nova York (NYSE), as ações do Spotify caíram 5,30%.

A queda do mercado, sem nenhum motivo aparente, chegou a levantar questionamentos sobre um possível estouro de bolha. Mas, para Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, ainda é cedo para pensar em algo do tipo e afirma que o movimento foi de realização de lucros. “Mais estranho do que a queda de hoje eram os recordes que os índices americanos vinham batendo de forma consecutiva”, afirma.

Nos Estados Unidos, nem mesmo os dados semanais de seguro-desemprego, que voltaram a ficar abaixo de 1 milhão depois de duas semanas, amenizaram as perdas do mercado americano. O dado, que vem sendo o principal termômetro de curto prazo para avaliar a recuperação da maior economia do mundo, veio abaixo do esperado, em 881.000 pedidos ante a expectativa de 950.000.

O fraco desempenho do mercado americano acabou influenciando os negócios no mundo todo, inclusive no Brasil. Por aqui, o dia começou com os investidores otimistas com a retomada de pautas econômicas pelo governo. Tendo no radar a entrega do projeto da reforma administrativa, o Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, chegou a ficar no campo positivo, mas cedeu às pressões externas, encerrando pelo segundo dia seguido em queda. “Se não fosse pelo cenário externo, teríamos tido um dia positivo”, comenta Jason Vieira, economista-chefe da Infity Asset.

A pressão do mercado americano também caiu sobre o europeu, que virou para o negativo, mesmo com os índices de gerente de compras (PMIs) da zona do euro acima do esperado e com o anúncio do governo francês de um estímulo de 100 bilhões de euros.

Acompanhe tudo sobre:AçõesEstados Unidos (EUA)Mercado financeiroNasdaq

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol