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“Não faz sentido pagar em 10 vezes o mesmo valor que à vista”, diz CEO do Bradesco

Octavio de Lazari criticou parcelado sem juros mas reforçou que o mais importante é manter o protagonismo do cartão de crédito na economia

Octavio de Lazari, CEO do Bradesco: “Não há solução fácil para um problema complexo” (Victor J. Blue/Bloomberg)

Octavio de Lazari, CEO do Bradesco: “Não há solução fácil para um problema complexo” (Victor J. Blue/Bloomberg)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 10 de novembro de 2023 às 10h35.

Última atualização em 10 de novembro de 2023 às 11h42.

O CEO do Bradesco, Octavio de Lazari, criticou o pagamento parcelado sem juros no cartão de crédito – tema que tem sido o centro do debate sobre a inadimplência no produto. “Não faz sentido pagar um produto em 10 vezes com mesmo valor que à vista. Não é possível matematicamente”, afirmou Lazari em coletiva com jornalistas nesta sexta-feira, 10, sobre os resultados do banco no terceiro trimestre.

A fala vai em linha com o posicionamento dos grandes bancos privados, que têm defendido o fim do parcelado sem juros como alternativa para reduzir a cobrança do rotativo nos juros do cartão de crédito – o único contrário à tese é a estatal Banco do Brasil. 

O assunto tem sido debatido pelo Banco Central com empresas de maquininhas de cartão, bancos, fintechs e varejistas. Na primeira reunião entre as partes, o presidente do BC propôs limitar as compras no cartão em 12 parcelas sem juros. Já no segundo encontro, realizado esta semana, todos se posicionaram contra limitar o parcelado sem juros, com exceção dos grandes bancos privados. 

Os bancões defendem que o parcelado sem juros é uma das causas que levam aos juros altos do rotativo e à alta inadimplência nessa modalidade de crédito. As varejistas, por outro lado, argumentam que dependem do parcelado sem juros para vender seus produtos.

“Não há solução fácil para um problema complexo”, disse Lazari. O CEO do Bradesco reforçou, no entanto, que o mais importante da discussão é chegar a um consenso que não afete a importância do cartão de crédito na economia. “O cartão de crédito representa mais de 20% do PIB e cerca de 40% do consumo das famílias. O mais importante é que  cartão de crédito não perca tração na economia brasileira”, disse.

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