Panvel: Tecnologia batizada de Sofia transforma receita em algo mais legível (Panvel/Divulgação)
Repórter de mercados
Publicado em 1 de maio de 2025 às 09h20.
O setor de farmácias não traz uma associação imediata com tecnologia.
Mas na rede Panvel iniciativas de inteligência artificial já estão sendo usadas em todo o processo, da apresentação da receita à ajuda na precificação loja a loja e na prospecção de novos pontos.
Batizada com o simpático nome de Sofia (sigla para um bem mais sisudo Serviço de Orientação Farmacêutica com o Inteligência Artificial), o uso já começa antes do balcão para resolver um dos maiores problemas dos consumidores e farmacêuticas: traduzir o garrancho do médico.
O consumidor pode acessar o aplicativo da Panvel, tirar a foto da receita médica e a Sofia “traduz”, possibilitando um texto mais legível.
A compra pode ser realizada de forma online ou no estabelecimento. A tecnologia também permite que os clientes tirem suas dúvidas, como interação de medicamentos e detalhes dos produtos.
NA SUA CESTA: Panvel quer ir além da disputa com farmácias e mira Natura e BoticárioAo todo, a companhia investiu R$ 32 milhões em tecnologia no último ano.
O uso de inteligência artificial já começa antes da abertura da loja. A tecnologia auxilia na prospecção de novos pontos com apresentação de dados sociais e econômicos de cada bairro, como perfil etário, gênero e faixa de renda. “Assim conseguimos entender a aderência que tem o nosso perfil de loja”, afirma o diretor executivo de operações, Roberto Coimbra.
Do balcão para dentro, a IA – alimentada por informações dos clientes e fornecedores e dados internos – é também motor de rentabilidade para afinar tanto o cálculo de preços quanto a assertividade de estoque.
A tecnologia facilitar o cálculo de precificação e de manejo do estoque de 15 mil produtos. A companhia consegue fazer uma previsão de demanda, permitindo, uma gestão mais eficaz de abastecimento. Preços que antes eram fixados por estado, hoje são estabelecidos por loja, permitindo mais assertividade da oferta e melhor rentabilidade.
“São 600 lojas empalhadas em mais de 100 municípios, em estados e com tributações diferentes. Era muito demorado modificar os preços com Excel. Com a Sofia conseguimos reunir informações de mercado e alterar os preços em cada localidade com rapidez”, explica o diretor executivo de operações, Roberto Coimbra.
O próximo passo da Panvel é usar a IA na logística. Hoje, no centro de distribuição, o funcionário precisa conferir o código do produto e a quantidade no coletor de dados e localizar na loja. Nesta operação o funcionário mantém as mãos e os olhos ocupados com o aparelho.
A companhia está desenvolvimento uma inteligência artificial para vocalizar as informações desses produtos e cada colaborador vai usar um headset no dia a dia.
“As mãos vão estar livres para os trabalhadores serem mais ágeis. Isso vai aumentar a produtividade e acuracidade, a precisão de escolher a mercadoria certa do estoque”, afirma a diretora executivo comercial, Marcia Wagner.
A empresa também estuda uma função da inteligência artificial para aumentar a retenção de funcionários – e diminuir a rotatividade.
Por meio da monitoração de alguns dados dos colaboradores, com análise da jornada do colaborador, será possível construir momentos de feedback que favoreçam a permanência do funcionário por mais tempo.
Os diretores consideram que a inteligência artificial é fundamental para inovação e satisfação do cliente. “Aos poucos, vamos disseminando a tecnologia para várias áreas da empresa em busca de produtividade”, afirma Coimbra.