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Itaú BBA: na Nvidia, até o atraso da nova geração de chips pode ser boa notícia

Empresa divulga resultado na quarta-feira, 28, com os investidores querendo entender o impacto na postergação dos "superchips" Blackwell, mas banco de investimento vê oportunidade para vendas superarem o consenso mais uma vez

Nvidia: lucro bruto do H200 (com base no CoWoS) seja cerca de 64% maior em comparação com a série Blackwell, calcula Itaú BBA (Justin Sullivan/Getty Images)

Nvidia: lucro bruto do H200 (com base no CoWoS) seja cerca de 64% maior em comparação com a série Blackwell, calcula Itaú BBA (Justin Sullivan/Getty Images)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 25 de agosto de 2024 às 12h41.

Última atualização em 25 de agosto de 2024 às 12h43.

Ação queridinha, com alta de 180% em um ano, a Nvidia vai divulgar seu balanço na próxima quarta-feira, 28, sob expectativa do mercado.

Os investidores querem saber qual o real impacto do atraso do Blackwell, a nova geração de um “superchip” para o segmento de inteligência artificial que promete ser até 5 vezes mais rápido do que os chips atuais.

A Nvidia está enfrentando atrasos na entrega dos chips Blackwell devido a desafios no design e na embalagem da arquitetura dessa nova geração.

Essa situação é particularmente significativa porque a geração Blackwell é a primeira de alto volume a usar a nova tecnologia de embalagem CoWoS-L da TSMC, empresa fornecedora da Nvidia.

O CoWoS-L (Chip-on-Wafer-on-Substrate com Interconexões Locais de Silício) é uma tecnologia de embalagem avançada desenvolvida pela TSMC para suportar as demandas cada vez mais complexas dos aceleradores de IA.

Mas, ao contrário do que pode parecer, o atraso não é um obstáculo e, sim, um impulso para que os números dos próximos dois a três trimestres superem o consenso, acredita o time do Itaú BBA.

Para os analistas, a companhia se beneficia mais com as vendas dos chips H200, da geração Hopper anunciada em 2022, do que com o B100 e o B200, da geração Blackwell, que foi anunciada em março deste ano.

“O H200 tem melhores resultados econômicos”, escreve o time. Parte disso tem a ver com os custos. A capacidade de produção com a tecnologia da TSMC é de umnúmero menor de chips Blackwell quando comparado com os chips Hopper. “Nossa melhor estimativa é que o lucro bruto do H200 (com base no CoWoS) seja cerca de 64% maior em comparação com a série Blackwell.”

Olhando, porém, mais à frente, alguns desafios começam a surgir no horizonte da Nvidia. Nos últimos dias, acompanhando os resultados e as teleconferências das Big Techs, como Meta, Alphabet, Microsoft, Apple e cia, os investidores começaram a questionar até onde pode ir a capacidade de investimentos dessas gigantes.

Esse é um risco implícito para a Nvidia, avalia o time do Itaú. Na corrida de investimentos que acontece agora e deve permanecer no ano que vem, a continuidade de crescimento acelerado em 2026 fica sob risco.

Pelos cálculos do Itaú, a Nvidia precisa crescer pelo menos 20% em 2026 para manter seu múltiplo de preço/lucro de 30 vezes, conforme a estimativa do banco para 2025.

“Continuamos vendo a Nvidia entregando um lucro por ação US$ 5 a US$ 6 em 2025. No entanto, acreditamos que poderíamos ver uma ‘digestão’ na infraestrutura de semicondutores em algum momento de 2026”, escrevem os analistas.

O banco manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de US$ 165 para 2025, um potencial de valorização de 28%.

Com um valor de mercado de US$ 3,18 trilhões, a companhia é uma das mais valiosas do mundo, ao lado da Microsoft e pouco atrás da Apple.

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