Brett, Birman e Duek (Divulgação/Site Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 16 de maio de 2023 às 16h18.
Última atualização em 23 de maio de 2023 às 17h19.
Para colocar ainda mais o pé no mundo da moda, a Arezzo &Co (ARZZ3) foi buscar reforço. A empresa comandada por Alexandre Birman trouxe o estilista Tufi Duek como membro do comitê de estratégia e mentor pessoal do executivo – que nesta semana passou a deter 22% do capital social do grupo depois que seu pai, Anderson Birman, doou suas ações aos filhos.
"Nos últimos seis meses ele interagiu conosco", conta Alexandre Birman, CEO da Arezzo &Co. Uma das decisões da empresa após essa aproximação foi tornar a linha de vestuário da Schutz, criada no fim de 2021, complementar às linhas de calçados e bolsas, categorias pelas quais a marca se consolidou. Ficou para trás, portanto, a estratégia inicial de ter lojas exclusivas para as roupas. "O vestuário vai ser um acessório do calçado, como muitas marcas de luxo", diz Birman. O conceito de loja vai ser inaugurado em agosto.
"Minha função é dar uma mentoria pela minha experiência. Empresa já tem uma posição muito destacada. O caminho da Arezzo é cada vez maior para dentro da moda, até porque o Brasil tem muito pouco. Talvez o que tenha acontecido é que várias empresas que fizeram compras não conseguiram manter a essência das marcas", afirma Duek.
Além da chegada de Duek ao comitê estratégico, a empresa trouxe Alexandre Brett, da familia fundadora da Vila Romana (vendida em 2010 para a InBrands), para a direção executiva, comandando novos negócios em moda feminina e licenciamento e liderando a integração das marcas. Duek e Brett acompanhavam nesta terça-feira, 16, o Pulsar, evento de lançamento de coleções das marcas do grupo para franqueados e lojistas multimarca.
"Hoje num cenário mais desafiador economicamente falando, a gente tem de se juntar com os bons. O grande perigo do M&A é integrar a cultura de duas empresas. Quando uma empresa entra num grupo, ela não pode ser desconfigurada, tem que respeitar suas raízes, mas também tem que ter toda a possibilidade de crescimento que um grupo como a Arezzo proporciona", argumenta Brett.
O desafio do grupo, que passou de uma fabricante de calçados para uma casa de 14 marcas, é conseguir refletir esse trabalho de integração para as margens. Na teleconferência de resultados do primeiro trimestre, Birman e o diretor financeiro, Rafael Sachete, destacaram que a companhia voltaria a ter crescimento de margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no segundo semestre.
"Passamos por um ciclo de muito investimento e muitas aquisições e todas elas estão gerando alavancagem. Carreguei a segunda metade do ano passado com mais despesas para sustentar esse crescimento, que veio. Isso trouxe um carrego para o primeiro semestre, mas ao chegar ao segundo semestre já estará mais equalizado e em um nível recorrente de despesas, mas com as receitas crescendo de forma muito sustentável", reiterou Sachete, destacando que as vendas de Dia das Mães foram fortes.