Ramon Alcaraz, presidente da JSL: “Continuaremos a apostar na nossa gestão de custo, pois ela permitiu que construíssemos um caminho para pegar um céu mais aberto em 2024.” (JSL/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 19 de março de 2024 às 20h06.
Última atualização em 20 de março de 2024 às 14h11.
A aposta da JSL (JSLG3) de combinar crescimento orgânico com o inorgânico tem resultado em números consistentes a cada trimestre. Nos últimos três meses do ano passado, a companhia apurou um lucro líquido de R$ 72,9 milhões, um crescimento trimestral de 55%, que apesar do recuo de 25,3% frente aos R$ 110,0 milhões do 4T22 não implicou negativamente para o saldo dos meses acumulados. A companhia fechou 2023 com lucro líquido de R$ 351,7 milhões, disparando 81% na comparação com o ano anterior.
E se os números contabilizados no último ano foram comemorados, a expectativa para para os próximos meses é ainda melhor: “2024 é o ano em que entramos com mais otimismo”, diz Ramon Alcaraz, presidente da JSL, em entrevista à EXAME Invest.
Entre os indicadores financeiros apresentados, a companhia ainda reportou um crescimento de 8,3% na sua receita bruta frente ao trimestre imediatamente anterior, e avanço de 29,8%, na comparação anual. No acumulado dos 12 meses de 2023, o indicador alcançou um montante de R$ 8,9 bilhões. Já o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado cresceu 29% no 4T23, e 35% no ano.
Segundo Alcaraz, a estratégia para que números robustos fossem contabilizados no último trimestre e ao longo de 2023 é bastante simples: estar presente em diferentes frentes. Isso porque, quando diversos segmentos econômicos apresentam uma boa performance, esses números refletem na sua demanda. “É um hedge natural na cadeia logística, quando um segmento econômico vai bem, acaba puxando o nosso. No último trimestre e ao longo do último ano, a JSL teve bons volumes vindos de cargas de papel e celulose, mineração, alimentício, e-commerce e até automotivo.”
Outra forma de garantir bons resultados é com as aquisições e fusões (M&A) de companhias. No ano passado, a IC Transportes e a FSJ Logística entraram no portfólio da companhia. Inclusive, o último trimestre de 2023 foi o primeiro que contou com os resultados integrais das duas empresas. “A IC puxou um pouco da receita para baixo, mas ela tem grande potencial de rentabilidade para o custo de capital e da margem consolidada”, diz Guilherme Sampaio, CFO da JSL.
Em balanço divulgado depois do fechamento do mercado, nesta terça-feira, 19, a margem Ebitda da JSL ficou em 20,1%, alta de 0,7 p.p. no comparativo anual. No acumulado dos 12 meses do ano passado, o indicador atingiu 23,7%. Mas se os números do 4T23 foram bons, as expectativas para o que 2024 tem para entregar, na avaliação dos executivos, é melhor ainda.
“Desde o IPO da JSL, pegamos anos de ‘pedreira’ na economia e fizemos o nosso trabalho com muito esforço e dedicação”, diz Alcaraz. E, realmente, não foi um período fácil para o Brasil — e para o mundo. De 2020 para cá, as economias foram abaladas com a pandemia da Covid-19 e todo o rescaldo que ela deixou. Crescer sob esse cenário foi um desafio, mas a JSL soube lidar com essa situação. Em pouco mais de três anos listada na bolsa, a companhia apurou um crescimento médio anual de 36%.
Para 2024, o cenário é de queda de juros, já iniciado por aqui e para começar nos Estados Unidos, o que deve garantir mais números positivos para a companhia. “Nosso modelo de negócios permite continuar esse ritmo de crescimento, fazendo aquisições e com um bom potencial de desalavancagem com os juros baixando. Isso cria uma ‘bola de neve’ positiva, como um adicional ao trabalho feito que temos feito e vamos continuar fazendo”, diz Sampaio.
O presidente da JSL, Ramon Alcaraz, está na mesma estrada de otimismo, e destaca que a companhia entrou neste ano com contratos renegociados e sem margens no vermelho. “Continuaremos a apostar na nossa gestão de custo, pois ela permitiu que construíssemos um caminho para pegar um céu mais aberto em 2024.”