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Na casa do Mickey Mouse, streaming salva o dia e impulsiona ações da Disney

Empresa segue com dificuldades em TV à cabo, mas divisão de streaming começa a ganhar tração e anima investidores

Minie e Mickey Mouse: streaming dá lucro e anima investidores (Abigail Nilsson/Divulgação)

Minie e Mickey Mouse: streaming dá lucro e anima investidores (Abigail Nilsson/Divulgação)

Publicado em 14 de novembro de 2024 às 12h13.

Última atualização em 14 de novembro de 2024 às 12h15.

Mais previsível, sólida e cada vez menos dependente da televisão a cabo, a Disney começa a desenhar um cenário mais claro para Wall Street após anos de desconfiança em torno de seu modelo de negócios. As ações da empresa subiram cerca de 9% nesta quinta-feira, 14, após a divulgação do balanço.

A companhia ainda sente os efeitos da menor audiência da televisão tradicional. A linha, liderada pelos canais de televisão ABC e ESPN, sofreu uma redução de 38% no lucro no balanço do terceiro trimestre. Esse declínio foi impulsionado principalmente pela queda nas receitas de afiliados, que são os pagamentos feitos por operadoras de TV a cabo para oferecer canais da Disney, afetados pela perda de assinantes nessas operadoras. A receita publicitária também caiu, impactada pela menor audiência média, apesar das taxas de anúncios mais altas.

Por outro lado, a Disney tem fortalecido sua posição no segmento de streaming, que registrou seu melhor resultado desde o início das operações. No trimestre, o lucro com streaming foi de US$ 253 milhões, revertendo o prejuízo de US$ 420 milhões do mesmo período do ano anterior. Esse desempenho foi impulsionado pelo crescimento de assinantes nos serviços Disney+, Hulu e ESPN+. O aumento das taxas de assinatura e o lançamento de planos com anúncios também contribuíram para a melhora do segmento.

A divisão de streaming tem se tornado cada vez mais relevante no balanço da empresa, representando quase um quarto de seu faturamento. No trimestre, a receita de streaming cresceu 15%, alcançando US$ 5,783 bilhões.

A área de venda de conteúdo também impactou positivamente o resultado final, com lucro de US$ 316 milhões, revertendo o prejuízo de US$ 149 milhões no terceiro trimestre do ano passado. Esse lucro foi impulsionado pela distribuição cinematográfica, refletindo o forte desempenho de Inside Out 2 e Deadpool & Wolverine no trimestre.

A divisão de parques e experiências continua como a principal fonte de receita da companhia, encerrando o trimestre com um faturamento de US$ 8,240 bilhões, um aumento de 3% em relação ao ano anterior. O lucro operacional, entretanto, caiu 6%, totalizando US$ 1,659 bilhão.

O lucro final da Disney foi de US$ 3,655 bilhões, 23% superior ao ano anterior. O lucro por ação foi de US$ 1,14, levemente acima do consenso de US$ 1,10. A receita total alcançou US$ 22,574 bilhões, com um crescimento de 6%, praticamente em linha com a expectativa de mercado de US$ 22,48 bilhões.

Guidance

Além dos resultados acima das expectativas, o mercado recebeu positivamente o guidance da Disney, que geralmente não divulga projeções de crescimento futuro.

Para o ano fiscal de 2025 (de outubro de 2024 a setembro de 2025), a Disney projeta um aumento de “um dígito alto” no lucro por ação ajustado em relação a 2024, cerca de US$ 15 bilhões em geração de caixa operacional e aproximadamente US$ 8 bilhões em despesas de capital. A empresa planeja alinhar o crescimento dos dividendos ao aumento dos lucros e pretende recomprar US$ 3 bilhões em ações.

Ainda para 2025, a projeção é de que o segmento de entretenimento apresente um crescimento de dois dígitos na receita operacional, com um incremento de US$ 875 milhões no streaming, mesmo com uma leve queda nos assinantes do Disney+ Core no primeiro trimestre. Para o segmento de esportes, a Disney espera um crescimento de 13% na receita operacional. Já o setor de experiências e parques deve crescer entre 6% e 8%, embora seja afetado no primeiro trimestre pelos custos de furacões e de pré-lançamento de cruzeiros.

Para 2026 e 2027, a Disney projeta um crescimento de dois dígitos no lucro por ação ajustado, com aumentos significativos na geração de caixa e nos lucros operacionais de seus principais segmentos.

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