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Hora de montar o novo “kit Brasil”

Os investidores enlouqueceram? Ontem, o Ibovespa subiu pelo décimo dia consecutivo, o que não acontecia desde 2010, e chegou aos 56.700 – 9% a mais do que há duas semanas. Parece incoerente que isso aconteça no mesmo Brasil com inflação nas nuvens e desemprego em alta. Acontece que, no mundo de expectativas em que vivem […]

xp-investimentos (Germano Lüders/Exame)

xp-investimentos (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2016 às 20h45.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h41.

Os investidores enlouqueceram? Ontem, o Ibovespa subiu pelo décimo dia consecutivo, o que não acontecia desde 2010, e chegou aos 56.700 – 9% a mais do que há duas semanas. Parece incoerente que isso aconteça no mesmo Brasil com inflação nas nuvens e desemprego em alta. Acontece que, no mundo de expectativas em que vivem os gestores, esse é justamente o momento de apostar num país parece estar deixando a rua do desespero para trás. Cada vez mais investidores falam num novo “kit Brasil”: um pacote que inclui apostar na alta da bolsa, na queda dos juros e na valorização do real.

“A alta da bolsa vem de um misto de cenário externo favorável e expectativas de uma retomada na economia nacional”, diz Bruno Piagentini Caloni, analista da corretora Coinvalores. Os mais otimistas acreditam que o Ibovespa pode chegar aos 64.000 pontos até o fim do ano.

No câmbio, avaliam especialistas, o dólar deve se desvalorizar ainda mais – encostando nos 3 reais. A justificativa é de que uma melhora no cenário interno e uma provável concretização do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em agosto, atraia mais investidores estrangeiros para o país.

Nos juros, as coisas devem demorar um pouco mais. Na reunião do Comitê de Política que termina nesta quarta-feira – a primeira com Ilan Goldfajn e sua equipe – o anúncio deve ser da manutenção da Selic nos atuais 14,25%. A expectativa é de que o Banco Central inicie os cortes na reunião de outubro. Especialistas projetam a taxa em 13,25% no final de 2016, e em 11% no fim de 2017.

O risco maior, claro, é que o Brasilzão real de sempre volte a dar as caras. Até o fim do ano o governo precisa aprovar uma série de medidas difíceis, há eleições municipais a caminho e, no exterior, a corrida presidencial americana e as consequências do Brexit. Para o “kit Brasil” virar o “kit antiBrasil” é um pulo.

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