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MRV (MRVE3) despenca 10% após queima de caixa superior a R$ 1 bi no 3º tri

Prévia operacional também mostrou desaceleração de vendas e lançamentos no período

Obra da MRV: Ação desaba após prévia do 3º tri (Germano Lüders/Exame)

Obra da MRV: Ação desaba após prévia do 3º tri (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 17 de outubro de 2022 às 11h44.

Última atualização em 17 de outubro de 2022 às 11h48.

As ações da MRV (MRVE3) desabam cerca de 10% no pregão desta segunda-feira, 17, em reação à prévia operacional do terceiro trimestre da companhia, divulgada na noite de sexta-feira, 14.

As vendas líquidas do grupo MRV encerraram o trimestre em R$ 1,464 bilhão, 27,3% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado e 43,8% menor que a do trimestre anterior. Os lançamentos tiveram redução de 13,6% na comparação anual para R$ 1,8 bilhão.

Os resultados, segundo a companhia, estiveram em linha com a estrtégia de aumento do preço médio do imóvel, que saltou 5,7% no trimestre.

Apesar do aumento de ticket-médio, o grupo MRV teve queima de caixa de R$ 1,22 bilhão contra a geração de caixa de R$ 10,3 milhões no mesmo período do ano passado. A Resia, braço da MRV nos Estados Unidos, foi quem liderou a queima de caixa no trimestre, com perda de R$ 969 milhões. Desse total, R$ 942 milhões se referem às dívidas dos projetos, segundo a MRV.

A queima de caixa da MRV acumulada no ano até setembro foi de R$ 1,697 bilhão, 320% maior que a dos nove primeiros meses de 2021.

A desaceleração do ritmo de vendas e a queima de caixa, segundo analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame), se traduziram em um "fraco" terceiro trimestre. Esse mix de fatores negativos, disse o BTG, pode alimentar o temor do mercado sobre "um grande aumento no endividamento" da MRV. A compahia encerrou junho com dívida líquida de R$ 2 bilhões, 62,3% acima de junho de 2021.

Apesar da reação negativa neste pregão, as expectativas do banco para a empresa ainda são otimistas. "Como a empresa continua aumentando os preços de venda e os custos de material de construção estão mais controlados agora, eles esperam margens mais altas em novos projetos para melhorar a geração de fluxo de caixa nos próximos trimestres", afirmou o BTG em relatório.

Com recomendação de compra, o BTG acredita que a Resia ainda não esteja precificada na ação. "A maioria dos investidores se preocupa com sua alavancagem, mas não leva em consideração o crescimento ou o valor patrimonial líquido dos projetos internos." 

Analistas da Eleven, embora também tenham recomendação de compra para a MRV, pontuaram que a Resia deverá "ser um pouco menos representativa no curto prazo" dentro da MRV após mudanças na estrategia de crescimento. 

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