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Movida faz recompra de dívida de até US$ 175 milhões

Companhia tinha dívida de US$ 800 milhões no exterior e já pré-pagou US$ 675 milhões

Movida: companhia tem trocado dívidas mais caras de seu balanço por outras, mais baratas (Germano Lüders/Exame)

Movida: companhia tem trocado dívidas mais caras de seu balanço por outras, mais baratas (Germano Lüders/Exame)

Karina Souza
Karina Souza

Repórter Exame IN

Publicado em 1 de agosto de 2023 às 18h23.

Última atualização em 1 de agosto de 2023 às 19h28.

A Movida (MOVI3) segue firme e forte em sua estratégia de busca por rentabilidade. Como parte desse processo, a companhia tem trocado dívidas mais caras de seu balanço por outras, mais baratas. Além de fazer isso nacionalmente, a companhia hoje anunciou mais um passo nesse plano também fora do país. Nesta terça-feira, a Movida anunciou a recompra de até US$ 175 milhões em sustainability linked notes. Os títulos têm remuneração de 5,20% ao ano e vencem em 2031.

O total se soma aos US$ 500 milhões já recomprados pela empresa em dívida no exterior, de um montante total de US$ 800 milhões.

A reestruturação vem como parte da nova fase da Movida no mercado. Na pandemia, a principal prioridade da empresa — como o discurso de exexutivos mostrava — era o crescimento da companhia. Para isso, a empresa investiu na ampliação e renovação de frotas de forma massiva, agregando principalmente veículos mais caros ao seu portfólio. Uma estratégia que tinha como pano de fundo o hábito do consumidor brasileiro, acostumado a fazer pequenas viagens em meio ao isolamento social.

A mudança de rota em direção à rentabilidade é um passo que veio na esteira da alta da Selic no país, principal indexador de dívida da companhia. A recompra de dívidas no Brasil já soma mais de R$ 2 bilhões até o primeiro trimestre deste ano. Em meio a essa nova fase, a empresa fez também algumas mudanças organizacionais, trazendo Gustavo Moscatelli (ex-CEO da Vamos) para o comando da locadora, substituindo Renato Franklin — que foi para a Via.

Analistas viram com otimismo a virada de chave da empresa, mais propensa a “arrumar a casa” do que a continuar crescendo no ritmo anterior. Parte desse plano já pôde ser vista nos resultados do quarto trimestre e do início deste ano: a Movida tem se ocupado em reduzir a frota e em trazer um mix mais adequado à realidade brasileira atual, com modelos mais simples ocupando a maior parte do portfólio. Isso sem falar no crescimento da unidade de gestão de frotas e de seminovos ao longo dos últimos meses.

A companhia divulgará os resultados do segundo semestre na próxima semana — e os olhos seguem atentos para acompanhar a reorganização da Movida.

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