Morgan Stanley: economia resiliente, apesar de juros altos (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Mercados
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 10h00.
O Morgan Stanley projeta que o Ibovespa pode alcançar 200 mil pontos até o fim de 2026. O banco mantém recomendação de overweight — equivalente à compra — para ações brasileiras. No melhor dos cenários, os analistas projetam que o índice pode chegar até 240 mil pontos. Para o banco americano, o atual rali pode ser apenas o começo de um ciclo mais longo de valorização.
O documento coloca o Brasil em uma posição de destaque frente aos demais países latino-americanos, com a melhor relação risco-recompensa na região. A tese de investimento para a América Latina como um todo se baseia em uma necessária mudança de política focada no crescimento do investimento em detrimento do consumo induzido por política fiscal.
A leitura da instituição é que, mesmo em meio ao aperto monetário, a economia brasileira tem mostrado resiliência.
Segundo o Morgan Stanley, as eleições presidenciais de 2026 podem marcar uma inflexão rumo a políticas mais favoráveis ao mercado. Trata-se de uma aposta recorrente entre agentes financeiros: a vitória de um candidato de direita poderia destravar uma agenda de consolidação fiscal e retomada de investimentos — o que, segundo o banco, teria potencial para atrair o investidor doméstico de volta à bolsa.
A expectativa é de que o Banco Central inicie um novo ciclo de cortes da taxa Selic em março de 2026, à medida que a inflação dá sinais de alívio. Os economistas do Morgan Stanley preveem um total de 350 pontos-base (bps) de cortes ao longo do próximo ano, levando a taxa de juros para 11,50% até o final do ano.
Nos últimos anos, a participação de investidores locais na B3 encolheu. Hoje, os estrangeiros respondem por quase 60% do volume negociado e foram os principais responsáveis pelo desempenho do mercado acionário em 2025. Ainda assim, o banco acredita que o fluxo doméstico pode ganhar protagonismo em 2026.
O banco também recomenda compra à Argentina e se mantém neutra em relação ao México. Quanto ao Chile e Colômbia, a instituição dá uma recomendação equivalente à venda.