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Morgan Stanley vê desaceleração pior do que o esperado nos EUA

A economia dos EUA está no meio de uma desaceleração firme e pior do que o esperado diante da guerra na Ucrânia e da política Covid Zero da China

Bolsas: o S&P 500 teve seu pior primeiro semestre em mais de 50 anos, com temores de que a combinação de um Fed agressivo e inflação alta alimentará uma retração econômica (Reuters/Reuters)

Bolsas: o S&P 500 teve seu pior primeiro semestre em mais de 50 anos, com temores de que a combinação de um Fed agressivo e inflação alta alimentará uma retração econômica (Reuters/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 5 de julho de 2022 às 11h38.

Última atualização em 5 de julho de 2022 às 11h51.

A economia dos Estados Unidos está no meio de uma desaceleração firme e pior do que o esperado diante da guerra na Ucrânia e da política Covid Zero da China, segundo estrategistas do Morgan Stanley.

Com a recente baixa nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os investidores apostam que o Federal Reserve pode ficar menos agressivo se a inflação atingir o pico no segundo semestre do ano, mas “qualquer queda deve ser interpretada mais como uma preocupação com o crescimento, e não como um alívio potencial do Fed”, estrategistas liderados por Michael J. Wilson disseram em nota.

O S&P 500 teve seu pior primeiro semestre em mais de 50 anos, com temores de que a combinação de um Fed agressivo e inflação alta alimentará uma retração econômica. Se os dados macroeconômicos não confirmarem uma recessão, o mercado de ações pode se recuperar mais, mas se realmente houver uma contração, o S&P 500 pode cair para 3 mil pontos — cerca de 22% abaixo de seu último fechamento, disse Wilson.

Wilson, um dos pessimistas mais vocais de Wall Street que previu corretamente a liquidação deste ano, estima a meta de valor justo do S&P 500 em cerca de 3,4 mil a 3,5 mil pontos, até 11% abaixo dos níveis atuais. À medida que as taxas de juro e os prêmios de risco de ações começarem a refletir a desaceleração do crescimento com mais precisão, as ações provavelmente serão impulsionadas pelos lucros do segundo trimestre daqui em diante, disse.

Com as estimativas de lucros futuros do S&P 500 e do Nasdaq 100 mais de 20% acima da tendência pós-crise financeira global, há sinais de que serão reduzidas nos próximos meses, disse Wilson.

“Até que as estimativas de lucros sejam reduzidas para níveis mais razoáveis ou as métricas de preço reflitam esse risco, o mercado de baixa não está completo”, disse.

O mercado está recompensando a estabilidade de lucros, e os setores defensivos, como telecomunicações, serviços públicos, seguros, imóveis, algumas áreas de produtos básicos de consumo e assistência médica parecem favoráveis quando avaliados quanto ao risco de lucros, disse. Equipamentos de tecnologia e semicondutores, por outro lado, correm maior risco, de acordo com o Morgan Stanley.

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