Banco vê risco risco à continuidade das reformas que vinham sendo implementadas pelo governo Milei (Freepik)
Editor de Invest
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 11h10.
Última atualização em 8 de setembro de 2025 às 11h14.
Após o resultado das eleições na província de Buenos Aires, com uma vitória surpreendente do Partido Justicialista, oponente do La Libertad Avanza, de Javier Milei, o Morgan Stanley voltou atrás em sua recomendação de compra para ativos argentinos.
Agora, o banco trabalha com um cenário mais desafiador para a Argentina, com risco à continuidade das reformas que vinham sendo implementadas pelo governo Milei e incertezas sobre a capacidade de financiamento externo do país. O resultado disso deve ser uma queda no rendimento dos títulos soberanos.
Nesta segunda-feira, o presidente argentina reconheceu a derrota em Buenos Aires, mas negou qualquer recuo nas políticas do governo.
O mercado, que de imediato reagiu mal ao resultado das urnas deste domingo, pode ficar enfraquecido até as eleições nacionais do dia 26 de outubro, em que metade da Câmara e um terço do Senado serão eleitos. Foi assim no Equador, relembra o banco, quando também houve surpresa no primeiro turno e o mercado operou com fraqueza até o desfecho do segundo.
"No final, o Equador entregou o cenário de reformas, o que ainda pode acontecer na Argentina, mas carece de confirmações para que os preços voltem a subir", diz o relatório do Morgan Stanley.
O banco recomendou comprar Argentina na semana semana passada, pois considerava que os ativos haviam recuado para um ponto de entrada interessante. Mas ainda que os níveis estejam ainda mais baixos hoje, a previsão é de pressão adicional sobre os bonds.
O Morgan Stanley lembra que a província de Buenos Aires responde a 38% do eleitorado argentino, e a ampla vantagem do partido peronista sugere uma eleição apertada no mês que vem.
Os analistas esperam que as taxas de juros do país, já em níveis elevados, continuem aumentando nas próximas semanas. As autoridades, acredita o Morgan Stanley, vão fazer o possível para manter o câmbio estável até a data do pleito.
Há chances do Banco Central vender dólares, caso o peso argentino perca força a ponto da moeda americana chegar ao teto da banda, o que permite a autoridade monetária intervir no câmbio.
"O Tesouro também poderia intervir se necessário, conforme o anunciado na semana passada", diz o relatório do banco.