Em contrapartida, a Hapvida é a principal aposta do Morgan Stanley no setor de saúde. A empresa é líder no segmento de planos de saúde voltados para o público de baixa renda, com cerca de 19% dos prêmios e 21% dos beneficiários do mercado, de acordo com a análise do banco.
A Hapvida já tem forte penetração em suas regiões principais — com participação superior a 40% em algumas praças — mas ainda enxerga espaço para crescer tanto nas áreas onde já atua quanto em regiões subpenetradas.
Em mercados onde detém hospitais, mas tem menos de 30% de participação, a empresa poderia adicionar até 1,2 milhão de beneficiários sem necessidade de grandes investimentos. Já em novas localidades com grande número de beneficiários, como Cuiabá, Vitória e Florianópolis, o banco estima um potencial adicional de até 680 mil vidas.
O Morgan Stanley vê a Hapvida bem posicionada para capturar essa demanda futura, especialmente em mercados menos profissionalizados, onde sua agilidade pode representar uma vantagem competitiva importante. Com base no modelo de fluxo de caixa descontado (DCF), o banco estima um valor patrimonial de R$ 30 bilhões para a empresa, o que representa um potencial de valorização de 83% de valor de mercado para a companhia.
“Reiteramos nossa recomendação overweight para a Hapvida, que segue subavaliada e bem posicionada para crescer tanto em mercados centrais quanto em regiões pouco exploradas”, conclui o relatório.
Com o foco dos investidores voltando-se para os fundamentos de longo prazo no pós-pandemia, o Morgan Stanley indica que a combinação de espaço para crescimento, liderança em seu nicho e valuation atrativo fazem da Hapvida a principal aposta no setor de saúde privado brasileiro. Já no caso da Rede D’Or, o desempenho consistente e previsível da companhia não compensa, no momento, as limitações para expansão e o retorno potencial mais modesto.