Invest

Morgan Stanley corta recomendação para títulos do Brasil após troca na Petrobras

As declarações e atitudes do presidente Jair Bolsonaro elevaram preocupações entre agentes financeiros com o risco político do país, bem como com a ingerência governamental em estatais

Petrobras: ações da estatal registravam queda de cerca de 20% (Dado Galdieri/Bloomberg)

Petrobras: ações da estatal registravam queda de cerca de 20% (Dado Galdieri/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 16h08.

O Morgan Stanley removeu a recomendação "like" sobre os títulos soberanos do Brasil nesta segunda-feira, citando preocupações fiscais e potenciais repercussões da troca no comando da Petrobras.

As declarações e atitudes do presidente Jair Bolsonaro elevaram preocupações entre agentes financeiros com o risco político do país, bem como com a ingerência governamental em estatais.

As ações da Petrobras registravam queda de cerca de 20%, com perda de mais de 73 bilhões de reais de valor de mercado da companhia, após Bolsonaro indicar o general Joaquim Silva e Luna para assumir os cargos de conselheiro e presidente da Petrobras.

O Morgan Stanley disse que sua recomendação anterior positiva sobre a dívida soberana do Brasil dependia de o governo tratar das preocupações fiscais por meio de reformas.

"As mudanças na Petrobras são preocupantes nesse sentido, já que mostram que a tolerância a políticas impopulares é baixa, talvez direcionada por considerações eleitorais", disseram analistas do banco.

"Além disso, a exposição do investidor à Petrobras é muito alta em um momento em que o spread versus soberano está perto de recordes, deixando pouco motivo para os investidores manterem títulos no caso de a direção da empresa mudar."

Acompanhe tudo sobre:PetrobrasAçõesMorgan StanleyJair Bolsonaro

Mais de Invest

Investidor diminui posição em bolsa após rali do Ibovespa, diz estudo

Ibovespa fecha em baixa pelo 2º dia seguido com aversão global ao risco

Nova declaração de cripto não muda tributação, mas aumenta risco de multas

Dólar firma queda na reta final do pregão e fecha em R$ 5,31