O estrategista não está sozinho em sua visão pessimista para o mercado acionário dos EUA no início do próximo ano (Leandro Fonseca/Exame)
Bloomberg
Publicado em 5 de dezembro de 2022 às 10h57.
Última atualização em 5 de dezembro de 2022 às 11h51.
Michael Wilson, estrategista do Morgan Stanley, voltou a fazer previsões pessimistas para o desempenho das bolsas nos Estados Unidos. Stanley, um dos estrategistas mais céticos em relação ao mercado acionário americano, já viu o suficiente do rali recente que havia previsto e diz que o momento é de realizar lucros.
“Somos ‘vendedores’ novamente”, segundo relatório do Stanley e equipe divulgado nesta segunda-feira. Os estrategistas argumentam que o S&P 500 deve retomar um período de baixas depois de ter ultrapassado sua média móvel de 200 dias na semana passada. De acordo com a nota, a tendência de queda desde o início do ano permanece intacta. A equipe acrescenta que o risco-retorno de apostar em mais ganhos se torna bastante fraco no momento.
A previsão marca uma mudança na visão de Wilson, que ainda na semana passada dizia que a recuperação tática poderia continuar em dezembro, para depois ser pressionada por lucros corporativos mais baixos no ano que vem. O estrategista — que foi o melhor classificado na pesquisa mais recente da Institutional Investor — disse nesta segunda que agora vê o S&P 500 em 4.150 pontos — cerca de 2% acima dos níveis atuais — o que pode ser alcançado “ao longo da próxima semana mais ou menos.”
O estrategista não está sozinho em sua visão pessimista para o mercado acionário dos EUA no início do próximo ano. Estrategistas do JPMorgan Chase e do Goldman Sachs também alertaram sobre novas quedas, à medida que investidores avaliam o risco de uma recessão. Binky Chadha, do Deutsche Bank, vê o S&P 500 em alta no primeiro trimestre, mas o índice poderia cair até 33% no terceiro trimestre antes de atingir um fundo.
Com o crescimento econômico e o alívio da inflação em 2023, Wilson recomenda manter um posicionamento defensivo em ações de empresas de saúde, concessionárias e de consumo básico. Papéis do segmento de crescimento, que geralmente se beneficiam de juros mais baixos, não devem receber um grande impulso em 2023 devido ao risco para os lucros corporativos, escreveu.