Dólar: moeda americana mais fraca é a opinião majoritária entre analistas consultados pela Bloomberg (Thomas Trutschel/Getty Images/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 17h08.
O Morgan Stanley, um dos poucos bancos ainda com um cenário otimista para o dólar, rebaixou sua perspectiva para a moeda americana devido à queda dos rendimentos dos Treasuries após o giro “dovish” do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
O banco cortou sua recomendação de altista, ou “bullish”, para neutra, destacando que a sazonalidade e o posicionamento vendido ainda poderiam proporcionar mais ganhos. O banco apostava em um dólar mais forte desde pelo menos meados de novembro, com a previsão anterior de que o índice Dollar Spot subiria cerca de 8% em relação aos níveis atuais no segundo trimestre.
Hedge funds e bancos, entre eles o Goldman Sachs, assumiram previsões pessimistas em relação ao dólar em dezembro, depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou um giro rumo ao corte das taxas neste ano. Posteriormente, o índice dólar caiu para a mínima de cinco meses, mas depois subiu nos primeiros quatro dias de janeiro.
“Nossa convicção sobre a força do dólar diminuiu significativamente”, escreveram estrategistas como David Adams, em nota publicada ontem, 4. “A desaceleração dos dados dos EUA comprimiu os diferenciais de crescimento, as taxas dos EUA caíram ainda mais em comparação com seus pares e investidores parecem longe de estar na defensiva com base nos retornos da renda variável.”
Fidelity International, JPMorgan Chase e HSBC estavam entre uma minoria de gestores que foram contra o consenso em dezembro, alertando que o dólar vai surpreender ao ficar mais forte em 2024 diante do bom desempenho da economia dos EUA. Um dólar mais fraco é a opinião majoritária entre analistas consultados pela Bloomberg.
O Morgan Stanley também abandonou a recomendação de estratégia vendida em euro-dólar, sugerindo que investidores optem por uma posição vendida em euro-iene. O banco prevê que o iene irá se valorizar em meio à queda dos juros nos EUA e o euro vai cair com o contínuo desaquecimento da economia da zona do euro.
“O cenário mais nebuloso para o dólar não altera os fundamentos das outras moedas do G3”, disse Adams.