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Moody’s coloca rating dos EUA em revisão para possível rebaixamento

Agência vê um crescimento da possibilidade de que o limite de endividamento do país não será elevado em tempo hábil

Capitólio, sede do congresso dos EUA, em Washington (Architect of the Capitol/Wikimedia Commons)

Capitólio, sede do congresso dos EUA, em Washington (Architect of the Capitol/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2011 às 19h50.

São Paulo – A Moody’s colocou hoje o rating Aaa dos Estados Unidos em revisão para um possível rebaixamento. Segundo a agência, a crescente probabilidade de que o limite de endividamento do país não seja elevado em tempo hábil justificou o anúncio. No dia 2 de junho, a agência tinha anunciado que uma revisão da nota seria provável em julho a não ser que houvesse um progresso significativo nas negociação para o aumento do limite.

É a primeira revisão da nota soberana do país desde 1995. O rating Aaa foi conferido aos EUA em 1917.

Em conjunto, a agência colocou em revisão para um possível rebaixamento todas instituições financeiras ligadas ao governo americano. São elas: Fannie Mae, Freddie Mac, Federal Home Loan Banks e o Federal Farm Credit Banks. Ativos garantidos pelo governo ou por papéis do governo também foram colocados em revisão. A agência Fitch disse no final de junho que poderia mudar a nota do país caso o aumento do limite não fosse aprovado.

“A revisão dos ratings dos títulos do governo americano acontece pela possibilidade de que o limite da dívida não seja elevado a tempo de prever a falta de pagamento de juros ou do principal dos papéis em circulação. Desta forna, há um risco pequeno, mas crescente de um calote de curto prazo”, afirmam Steven A. Hess e Bart Oosterveld, que assinam o relatório.

A Moody’s explica que a possibilidade de calote é pequena, mas não mais “de minimis”. Para a agência, um calote, independentemente da duração, alteraria fundamentalmente a avaliação sobre a pontualidade dos pagamentos futuros e que, portanto, um rating Aaa não seria mais apropriado. “Entretanto, devido ao fato que esse tipo de calote deve ser de curto prazo, e a perda esperada para os detentores dos Treasuries é mínima ou inexistente, o rating poderia ser rebaixado para algum ponto da região Aa”.

Impacto enorme

Para Ben Bernanke, presidente do Banco Central americano (FED), uma moratória do país teria um "enorme impacto" na economia global. "O perigo é que as taxas de juros comecem a subir à medida que nossos credores percam a confiança em nossa capacidade ou disposição para pagar as dívidas", disse Bernanke.

A Moody's alertou ainda que caso o aumento do limite ocorra e o calote seja evitado, o rating Aaa pode ser confirmado. "Entretanto, a perspectiva imposta para o rating dos títulos do governo nesta ocasião irá muito provavelmente ser alterada para negativa na conclusão da revisão a não ser que um acordo substancial e confiável seja alcançado para um orçamento que inclua uma redução da dívida de longo prazo".

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