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Moody’'s ameaça rebaixar Petrobras pela 2º vez

Se a empresa cair para o degrau inferior, Baa3, ainda assim não perde o grau de investimento, mas estará no último patamar dessa classificação


	Petrobras: para aliviar o caixa e não ficar dependente de captações, estatal pretende adiar investimentos
 (Germano Lüders/EXAME)

Petrobras: para aliviar o caixa e não ficar dependente de captações, estatal pretende adiar investimentos (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2014 às 06h41.

Rio de Janeiro - Em um intervalo de 20 dias, a agência de classificação de risco Moody’'s deu o segundo sinal de que o rebaixamento da nota da Petrobras, hoje em Baa2, é iminente.

Se a empresa cair para o degrau inferior, Baa3, ainda assim não perde o grau de investimento, mas estará no último patamar dessa classificação.

O primeiro sinal veio no dia 3, quando a agência rebaixou a nota que mede a gestão da estatal sem o suporte do governo.

Ontem (23), a Moody’'s colocou o rating da petroleira em revisão para possível rebaixamento.

Segundo a agência, a revisão demonstra a preocupação com os riscos de liquidez da estatal que podem aumentar caso não divulgue seu balanço financeiro do terceiro trimestre auditado nos próximos três meses.

"A cada dia que passa, aumenta o risco de rebaixamento. É uma possibilidade grande", disse a analista sênior de crédito da Moody’'s Nymia Almeida.

No fim de outubro, a agência já havia rebaixado a nota da Petrobras, por considerar que o seu caixa estava sendo prejudicado pelo câmbio e também pela incapacidade de reajustar os preços dos combustíveis, enquanto, no mercado internacional, as cotações só subiam.

Agora, a preocupação é com a antecipação do pagamento de dívidas, por causa do atraso da divulgação do balanço auditado.

A Petrobras terá que negociar contratos com bancos que, para liberar o dinheiro, estabeleceram datas limites para terem acesso às informações sobre o caixa da empresa.

Apenas nos próximos dois meses, há US$ 17,6 bilhões de dívidas que poderão ser antecipadas. E, ao fim do primeiro semestre, a soma chega US$ 97,8 bilhões.

Estagnada

Enquanto se acumulam as denúncias de superfaturamento de projetos, como investigado pela Polícia Federal, a Petrobras permanece estagnada, sem conseguir mensurar o tamanho do estrago no seu patrimônio.

Assim, qualquer número que seja divulgado pode ser revisado a qualquer momento. O cenário é de insegurança, diz Nymia.

"Se sair como a empresa quer que saia, com as demonstrações auditadas, o rating deve ser estabilizado. Mas a perspectiva maior é que as coisas não funcionem assim tão facilmente, por causa da proporção da Operação Lava Jato (da PF) e da dificuldade de revisar os números", destaca a analista.

Para aliviar o caixa e não ficar dependente de captações, que sairiam mais caras neste momento de crise, a Petrobras pretende adiar investimentos.

Mas a análise de Nymia é que, no curto prazo pelo menos, esse plano não seja de tão fácil execução.

Ela lembra que boa parte dos contratos de aquisição de equipamentos e serviços para o próximo ano já está fechada e que, com isso, há pouca flexibilidade de negociação.

Reduções de gastos, em sua opinião, só serão possíveis em 2016.

Ainda assim, a previsão é que o grau de investimento, selo que mantém as ações da Petrobras no grupo das mais atrativas do mercado, seja mantido num primeiro momento.

Mas, no médio prazo, afirmou Nymia, "é maior o risco" de perder o grau de investimento.

Procurada, a Petrobras disse que não comentaria. O Planalto informou que "quem responde pela Petrobras é a Petrobras". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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