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Moody's rebaixa classificação da dívida irlandesa em 2 degraus

Baixas expectativas de crescimento econômico e pouco estímulo financeiro do governo forçaram a agência a reduzir o nível do país

Moody's assinala ainda que o Executivo irlandês poderá ter de revisar a curto prazo os planos de austeridade fiscal (Jussi Ekholm/Stock.xchng)

Moody's assinala ainda que o Executivo irlandês poderá ter de revisar a curto prazo os planos de austeridade fiscal (Jussi Ekholm/Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2011 às 07h25.

Dublin - A agência Moody's rebaixou nesta sexta-feira a classificação de risco da dívida da Irlanda de "Baa1" para "Baa3", com perspectiva negativa, o que a situa apenas um nível acima de "bônus lixo".

Segundo a agência indicou em comunicado, o rebaixamento é consequência da esperada perda de "fortaleza financeira" do Governo irlandês, assim como das baixas perspectivas de crescimento econômico.

A Moody's também destacou a "incerteza" que cerca a capacidade do país para superar as provas de solvência que dão acesso aos fundos do novo "Mecanismo de Estabilidade Europeia", que entrará em vigor em 2013.

"Depois do rebaixamento de hoje, a qualificação da Irlanda continua dentro da categoria 'grau de investimento', o que significa que se mantêm uma economia competitiva e um contexto fiscal propício para o setor dos negócios", assinalou a agência.

A Moody's assinala ainda que o Executivo irlandês poderá ter de revisar a curto prazo os planos de austeridade introduzidos para alcançar "os objetivos fiscais" determinados pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) no resgate ao país.

O Banco Central Irlandês previu nesta quinta-feira que em 2011 o Produto Interno Bruto da Irlanda (PIB) crescerá 0,9%, tendo alta de 2,2% no ano que vem.

Para ter acesso ao fundo de 85 bilhões de euros oferecido em dezembro por FMI e UE, o Governo irlandês se comprometeu a empreender severos ajustes para reestruturar sua economia durante os próximos quatro anos mediante a alta generalizada dos impostos e a redução da despesa social, entre outras medidas.

O plano de austeridade quadrienal prevê reduzir o déficit público a 3% do PIB em 2014 e economizar 15 bilhões de euros, embora esses objetivos sejam baseados nas previsões do Executivo, que estimou crescimento de 1,7% para este ano.

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