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Moody's piora perspectiva do sistema bancário do país

A decisão se baseia no fato de que 36% dos bancos acompanhados pela agência, com 95% dos ativos, têm perspectiva de rating negativo


	Moody´s: há um novo ciclo de inadimplência em andamento, segundo a agência
 (Mike Segar/Reuters)

Moody´s: há um novo ciclo de inadimplência em andamento, segundo a agência (Mike Segar/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 13h53.

São Paulo - A perspectiva para o sistema bancário brasileiro será revisada para negativo, informou, nesta terça-feira, 30, a analista sênior de bancos da agência de classificação de risco Moody's, Ceres Lisboa. Durante a conferência anual realizada pela Moody's nesta manhã em São Paulo, Ceres afirmou que a decisão se baseia no fato de que 36% dos bancos acompanhados pela agência, com 95% dos ativos, têm perspectiva de rating negativo. O relatório com essas observações será divulgado pela agência na sexta-feira, 3 de outubro.

"Nossa visão é de que o ambiente macroeconômico e operacional para os bancos continua desafiador", disse Ceres. Ele destacou ainda que há um novo ciclo de inadimplência em andamento, colocando foco nos créditos concedidos para o consumidor e para as empresas.

Segundo ela, o fato de os bancos terem priorizado os créditos de menor risco deve amenizar esse novo ciclo de inadimplência. "Mas ele virá", afirmou, de "modo gradual e vai acontecer no longo prazo", observou.

Sobre os bancos públicos, Ceres disse que existe uma tendência de crescimento na inadimplência que ainda não é explícita nos balanços. Mas que a Moody's está observando esse comportamento, principalmente porque esses bancos, para aumentar as concessões, foram para produtos e áreas nas quais não têm experiência.

Ceres afirmou ainda que a indicação de que a lucratividade e eficiência estão se deteriorando também sustenta a mudança para negativa da perspectiva para o sistema bancário brasileiro.

"É importante entender que o padrão de rentabilidade dos bancos mudou e não devemos voltar aos níveis de 10 anos atrás", concluiu.

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