AES Tietê: Moody's está colocando em observação os ratings Baa3 (escala global) e Aa1.br (escala nacional) da empresa (Divulgação / AES Tietê)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2015 às 14h50.
São Paulo - A agência de rating Moody's anunciou nesta sexta-feira, 13, que está colocando em observação os ratings Baa3 (escala global) e Aa1.br (escala nacional) da AES Tietê para um possível rebaixamento.
No comunicado, os analistas informam que estão sob avaliação as emissões de R$ 300 milhões em debêntures seniores com amortização e sem garantia de ativos reais com maturidade em março de 2020, de rating Baa3/Aa1.br.
Também podem ser rebaixadas as notas de crédito das emissões de R$ 300 milhões de debêntures subordinadas que vencem em abril de 2015 e de R$ 498 milhões em debêntures sem garantia de ativos reais emitidas em maio de 2013.
A Moody's tomou a decisão de colocar as avaliações sob observação devido ao impacto da aquisição de energia no mercado à vista (spot) pela companhia a partir do fim do segundo trimestre de 2014, o que levou a AES Tietê a registrar prejuízo operacional nos três meses subsequentes.
Além disso, a empresa manteve uma política agressiva de pagamento de dividendos, o que ocasionou a deterioração em sua liquidez. Levando-se em consideração o atual programa de investimentos e a possível adoção de um racionamento de energia no Brasil, a agência optou por colocar os ratings da companhia em reavaliação.
A agência sublinha que o atual rating da AES Tietê é sustentado pela "forte estrutura de capital" com seu baixo nível de endividamento e razão entre dívida total e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 0,7x nos últimos 12 meses encerrados em setembro do ano passado.
A Moody's também cita o bom acesso da AES Tietê ao mercado de capitais e ao sistema bancário domésticos como pontos positivos.
Por outro lado, a agência espera que a empresa continue a ter fraca geração de caixa em 2015 e em 2016 e que siga comprando energia no mercado spot este ano para cumprir seu contrato com a AES Eletropaulo e, possivelmente, em 2016, a depender dos contratos assinados para o fornecimento de energia elétrica neste ano.
"O risco hidrológico em 2016 será diluído porque a empresa tem como estratégia manter parte da energia disponível descontratada", afirma a Moody's, no comunicado.
Durante a observação, os analistas da agência de rating informam que acompanharão o potencial impacto quantitativo da estiagem na geração de caixa da empresa e observarão até que ponto a AES Tietê "poderá manter suas métricas de crédito e posição de liquidez adequada ao atual nível de ratings Baa3/Aa1.br".
Também pesará sob a avaliação os riscos de uma obrigação contratual da empresa aumentar sua capacidade instalada em 15% no estado de São Paulo, o que poderá elevar a alavancagem em R$ 1,1 bilhão.