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Moinhos de SP ofertam valor recorde para trigo do Brasil

Ofertas de compra superaram 1.000 reais por tonelada nesta sexta-feira para o produto entregue no destino


	Plantação de trigo: preços no mercado brasileiro vêm registrando recordes seguidos nas últimas semanas, em meio à oferta escassa, com a alta tendo sido acentuada após as geadas
 (Vincent Mundy/Bloomberg)

Plantação de trigo: preços no mercado brasileiro vêm registrando recordes seguidos nas últimas semanas, em meio à oferta escassa, com a alta tendo sido acentuada após as geadas (Vincent Mundy/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2013 às 16h54.

São Paulo - Moinhos de São Paulo estão dispostos a pagar valores recordes pela safra nova de trigo do Brasil, num momento em que o mercado enfrenta uma escassez antes do início da colheita brasileira e com ofertas limitadas do cereal do Mercosul, de acordo com informação da FortisAgro, plataforma eletrônica de intermediação de compra e venda de produtos agrícolas.

As ofertas de compra superaram 1.000 reais por tonelada nesta sexta-feira para o produto entregue no destino, com frete por conta do vendedor, segundo informação do site http://www.fortisagro.com.

"Esse foi o maior preço 'bidado' pelos moinhos de São Paulo, um preço recorde", afirmou o diretor comercial da FortisAgro, João Batista Cardoso, apontando que os valores estão nesse patamar devido à quebra da última safra na Argentina, no Brasil e às recentes geadas que atingiram áreas produtoras do Paraná, entre outros fatores.

Os preços no mercado brasileiro de trigo vêm registrando recordes seguidos nas últimas semanas, em meio à oferta escassa, com a alta tendo sido acentuada após as geadas. No início do ano, quando a oferta era mais ampla, a FortisAgro registrou ofertas a 650 reais por tonelada.

"Não tem trigo, não tem trigo na Argentina, não tem trigo no Uruguai, não tem trigo no Paraguai", explicou Cardoso, acrescentando que os preços deverão ficar firmes até 15 de setembro, pelo menos, quando já haverá alguma oferta da nova safra nacional e também com a chegada de maiores volumes do cereal importado dos Estados Unidos.

A colheita começa em 15 dias por São Paulo, um produtor menor do Brasil, com estimativa de safra de cerca de 140 mil toneladas. Depois será a vez do Paraná, maior produtor brasileiro --atingido recentemente por geadas--, que colhe em setembro.

"No Paraná, a geada pegou, mas não foi a coisa que estão falando, vai perder 10 a 15 por cento da safra, e São Paulo foi muito pouco afetado", avaliou.


A safra paranaense foi oficialmente estimada, antes das geadas, em 2,7 milhões de toneladas. O Paraná costuma produzir cerca de metade do trigo do Brasil.

Importações dos EUA

Para suprir a ausência da oferta dos parceiros do Mercosul, o Brasil tem importado grandes volumes de trigo dos Estados Unidos.

Operadores nos EUA reportaram na quinta-feira que moinhos brasileiros compraram cerca de 60 mil toneladas de trigo vermelho duro de inverno dos EUA, após compras de cerca de 400 mil toneladas ao longo da última semana, todas para embarques no curto prazo, segundo informações do mercado.

As importações de trigo norte-americano pelo Brasil estão em torno de 1,2 milhão de toneladas, no acumulado do ano, de acordo com dados reportados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Sem considerar a Argentina, os EUA têm sido os principais fornecedores de trigo ao Brasil neste ano.

No primeiro semestre, já foram desembarcado no país 436 mil toneladas de trigo dos EUA, contra somente 8 mil toneladas no mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Agricultura.

O Brasil comprou de todos os países, no primeiro semestre, 3,4 milhões de toneladas, com a Argentina aparecendo como o principal fornecedor, com 2,4 milhões de toneladas --no início do ano, os argentinos ainda tinham o cereal para vender aos mercados externos.

Em junho, por exemplo, os EUA superaram a Argentina como principal fornecedor mensal de trigo, com desembarques no Brasil de 211 mil toneladas, contra 170 mil toneladas da Argentina.

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