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Moedas mais golpeadas veem clarão de esperança em 2016

Analistas projetam uma apreciação das moedas mais ligadas ao petróleo e veem mais quedas pela frente para aquelas ligadas a metais industriais


	Rublo russo: analistas projetam uma apreciação das moedas mais ligadas ao petróleo
 (Andrey Rudakov/Bloomberg)

Rublo russo: analistas projetam uma apreciação das moedas mais ligadas ao petróleo (Andrey Rudakov/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 06h55.

São Paulo - A perspectiva está melhorando para algumas das moedas que sofreram as maiores desvalorizações do mundo juntamente com a queda das matérias-primas em 2015, como o peso colombiano e o rublo russo.

Os analistas projetam uma apreciação das moedas mais ligadas ao petróleo, ao mesmo tempo em que veem mais quedas pela frente para aquelas com laços mais fortes com os metais industriais, como o peso chileno e o sol peruano.

Depois de seu pior ano em mais de uma década, o dólar canadense poderá se recuperar juntamente com o petróleo, enquanto os dólares australiano e neozelandês se preparam para mais quedas porque seus bancos centrais estudam realizar cortes nas taxas de juros para estimular o crescimento, segundo projeções para o ano que vem.

Embora a desaceleração da China continue prejudicando os exportadores, os sinais de que a segunda maior economia do mundo está se estabilizando e a clareza maior a respeito do ritmo dos aumentos da taxa de juros nos EUA estão reforçando a especulação de que as commodities se recuperarão de seu pior ano desde 2008.

A expectativa é de subida dos preços do petróleo, dos grãos e da soja no ano que vem, enquanto metais preciosos como o ouro deverão cair ou permanecer quase inalterados, segundo analistas consultados pela Bloomberg.

“Será necessária alguma diferenciação” entre as chamadas moedas-commodity, disse Charles St-Arnaud, estrategista de câmbio sênior da Nomura Holdings Inc. em Londres.

Ele prevê que o dólar australiano poderá cair 10 por cento até meados do ano que vem, enquanto o canadense permanecerá estável.

Até mesmo uma estabilização seria uma mudança drástica após 2015, quando cada uma das moedas-commodity perdeu pelo menos 10 por cento de seu valor em relação ao dólar. O Bloomberg Commodity Index, que monitora matérias-primas como ouro, milho, gás natural e petróleo, caiu 25 por cento neste ano.

Nick Chamie, que gerencia US$ 150 milhões em ativos como diretor de investimento da unidade internacional de gestão de riqueza do Bank of Nova Scotia, disse que a grande corrida para venda abre as portas para uma recuperação no ano que vem.

Ele disse que o petróleo poderá se valorizar mais no curto prazo do que os metais.

“O prêmio de risco tem sido aplicado em uma base muito generalizada, indistinta”, disse Chamie em entrevista de Toronto. “Há espaço para uma reversão tática da sorte a curto prazo em algum momento de 2016 entre as moedas-commodity”.

EUA e China

Embora os investidores continuem preocupados com uma economia global que deverá crescer 3 por cento neste ano, ritmo mais lento desde 2009, há sinais de melhora nos EUA e na China, país que é o maior consumidor de commodities.

Na maior economia do mundo, o incremento das compras dos consumidores em novembro veio acompanhado de aumentos salariais; na nação do Leste Asiático, por sua vez, os primeiros indicadores de dezembro mostraram sinais de estabilização e as autoridades dizem que tomarão novas medidas para impulsionar a expansão.

Nem mesmo os analistas que continuam pessimistas em relação às moedas projetam uma repetição do sofrimento de 2015.

Alan Ruskin, codiretor global de pesquisa de câmbio do Deutsche Bank AG em Nova York, projeta quedas da coroa norueguesa, do dólar australiano, do dólar neozelandês e do dólar canadense.

Embora seja prematuro dizer que elas atingiram o fundo do poço, algumas das moedas menos queridas poderão parecer baratas agora, disse ele.

“Nós atingimos extremos”, disse ele. “A velocidade e a abrangência da queda dos preços das commodities e das moedas deverá ser bastante reduzida em relação aos últimos 12 meses”.

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