Repórter colaborador
Publicado em 7 de junho de 2024 às 11h24.
Se o ouro segue se valorizando, as ações das empresas mineradoras desse metal parecem ainda não ter conseguido surfar nesse bom momento.
De acordo com reportagem do The Wall Street Journal, embora os preços do ouro já estejam 20% mais elevados do que há um ano, um índice de referência de empresas do setor subiu apenas metade desse valor.
Não é incomum que as ações de ouro fiquem atrás dos ganhos nos preços do ouro – os custos e outras variáveis envolvidas na mineração tornam as ações uma aposta mais arriscada do que o próprio metal.
Ainda assim, alguns analistas estão mais otimistas, uma vez que prevêem preços ainda mais elevados dos metais, o que poderá proporcionar às mineradoras um aumento de receitas.
O UBS prevê que o ouro chegue a US$ 2.800 por onça troy antes do final de 2025. O Citi projeta ouro a US$ 3.000 a onça dentro desse período. O ouro agora é vendido por cerca de US$ 2.380 a onça, acima dos US$ 1.800 de 18 meses atrás.Nos últimos tempos, investidores estão cautelosos sobre se algumas mineradoras conseguirão extrair tanto ouro quanto planejam, o que pesou sobre os preços das ações.
Na Austrália, o principal fornecedor de ouro depois de China e Rússia, as companhias enfrentaram desafios operacionais, incluindo fortes chuvas.
Ainda segundo reportagem do WSJ, as margens já estão perto das máximas históricas aos preços atuais. Os custos da indústria, embora recordes, foram em média de US$ 1.342 por onça no último trimestre de 2023, de acordo com o Conselho Mundial do Ouro.
No entanto, ainda existem muitas razões para pensar que as fracas reservas de ouro não conseguirão acompanhar o ritmo do mercado, mesmo que os preços dos metais atinjam novos máximos. Inflação pós-pandemia e guerra na Ucrânia foram fatores importantes para para a escalada da cotação do metal