Zuckerberg x Musk: disparidade de momentos tem efeito sobre fortunas dos bilionários (Master1305/Omar Marques/David Paul Morris/Getty Images)
Repórter
Publicado em 2 de fevereiro de 2024 às 15h15.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2024 às 17h13.
Vendida como o duelo do século, a luta entre os bilionários Elon Musk, CEO da Tesla, e Mark Zuckerberg, da Meta, nunca saiu do papel. Mas, ao menos fora do ringue, a performance da empresa de Zuckerberg está dando uma "surra" na empresa de Elon Musk. Enquanto a Tesla tem vivido um momento difícil na bolsa, a Meta tem seguido o caminho oposto.
A disparidade dos momentos pode ser medida pelo preço das ações. Enquanto a Tesla já perdeu um quarto de seu valor neste ano, somente nesta sexta-feira, 2, as ações da Meta saltam 23%, com investidores reagindo ao balanço do quarto trimestre.
Embalada pela inteligência artificial e pelos projetos no metaverso, a Meta conseguiu triplicar seu lucro líquido no quarto trimestre e superar o consenso de mercado. A receita cresceu 25% para US$ 32,2 bilhões. Mas, mais do que o resultado, classificado por analistas como "espetacular", investidores comemoram o primeiro anúncio de dividendos de sua história.
'Muita gente não esperava esses níveis de números. Tudo indica que estão em uma direção extremamente correta. E conseguiram tudo isso com uma despesa mais baixa. A empresa está aumentando os investimentos em inteligência artificial. Como eles não têm serviços em nuvem, é um sinal que estão visando o consumidor final. A Meta foi a melhor empresa das FAANG em 2023. A empresa está melhorando muito", comentou Matheus Popst, sócio da Arbor Capital.
Com o movimento de hoje, as ações da Meta passam a acumular uma alta perto de 40% desde o início de 2024. No período de um ano, as ações da companhia já subiram 160%, superando há poucas semanas a máxima histórica que era de 2021.
A fase da companhia de Zuckerberg é bem diferente do vivido pela Tesla, que têm visto suas ações na contramão. Com um resultado considerado fraco para o quarto trimestre e projeções pouco animadoras para o futuro, as ações da fabricante de carros elétricos caíram cerca de 25% somente neste ano.
A Tesla, que já foi superada pela chinesa BYD em venda de carros elétricos, tampouco espera por uma grande expansão de seus números em 2024. Segundo o próprio Musk, o crescimento será "notavelmente menor". Até os carros que foram vendidos se tornaram um problema para a Tesla. A empresa anunciou que fará recall de mais de dois milhões de veículos vendidos entre 2012 e 2024 para ajustes de software.
Segundo a Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos Estados Unidos, o tamanho de fontes de luzes de advertências estavam aumentando o risco de acidentes por serem de difícil leitura. As ações da companhia caem 2,5% nesta sexta em reação à notícia dos recalls.
A desvalorização das ações da Tesla tem gerado efeitos diretos sobre a a fortuna de Elon Musk. Segundo o ranking da Bloomberg, Musk já ficou US$ 23 bilhões mais pobre neste ano, enquanto Zuckerberg aumentou sua fortuna em US$ 14 bilhões, voltando a figurar entre os cinco mais ricos do mundo.