Mercados

Mesmo com chuva de estímulos, bolsas seguem em queda no exterior

Promessas de 1 trilhão de dólares em estímulos do presidente americano Donald Trump e pacotes econômicos mundo afora não são suficientes para acalmar bolsas

Pesdestre em Tóquio: resultados comerciais fracos na Ásia ajudaram a puxar os mercados para baixo nesta quarta-feira (Issei Kato/Reuters)

Pesdestre em Tóquio: resultados comerciais fracos na Ásia ajudaram a puxar os mercados para baixo nesta quarta-feira (Issei Kato/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2020 às 06h54.

Última atualização em 18 de março de 2020 às 07h55.

Ainda que o governo do presidente americano, Donald Trump, tenha anunciado que iria pressionar o Congresso para lançar um pacote de estímulos econômicos que poderiam chegar a 1 trilhão de dólares contra o coronavírus, a promessa não foi suficiente para animar os mercados no começo desta quarta-feira, 18.

As bolsas mundo afora voltaram a cair nesta manhã, em meio ao temor de mais perdas e recessão de alguns países diante do coronavírus, que chegou a mais de 198.000 pessoas infectadas.

Na Ásia, o índice japonês Nikkei caiu 1,7% nesta quarta-feira, 18, chegando ao mesmo patamar de três anos atrás — ainda que o Banco do Japão tenha comprado mais de 1,12 bilhão de dólares em ETFs na terça-feira, para prover liquidez aos mercados. Os índices chineses de Xangai e Shenzhen fecharam em queda de 1,83% e 1,7%. Nas primeiras horas do pregão, o mercado europeu também operava em baixa, com o principal índice da região, o Stoxx 600, em queda acima de 3% às 6h30.

As bolsas asiáticas também repercurtiram números de hoje que mostraram queda nas exportações e importações dos principais países da região. O governo do Japão informou que as exportações caíram 1% em fevereiro em relação a 2019, marcando o 15º mês de contração.

Ainda assim, a queda no Japão foi menor do que a esperada e menor do que a vista em janeiro, de 2,6%, mas analistas projetam que o pior da crise de coronavírus ainda pode vir em março, à medida em que o vírus afeta também economias no Ocidente. As importações da China caíram 47% em relação anterior em meio à paralisação de uma série de cidades do país. Foi a maior queda desde 1986.

Os mercados na Ásia fecharam em baixa mesmo após uma terça-feira de alta para os mercados no Ocidente. O americano S&P 500 fechou em alta de 6%, recuperando algumas das perdas da segunda-feira, 16. O brasileiro Ibovespa fechou em alta de 4,85%, mas, no ano, o índice ainda acumula queda de 37%, no patamar dos 75.000 pontos — o ano começou com o índice acima de 118.000 pontos.

Além da promessa de Trump, diversos estímulos econômicos vêm sendo anunciados por outros governos nos últimos dias. Estados americanos também vêm instaurando alguns pacotes de auxílio próprio, à medida em que o país passa de 6.000 casos confirmados de coronavírus e mais de 70 mortes, em ambas as costas do território.

Cortes de juros, por exemplo, também já aconteceram na Coreia do Sul, no Japão, na Europa e nos Estados Unidos — onde o Fed cortou só neste mês 1,5 ponto percentual em duas reuniões.

Tudo isso ainda não teve grande impacto nas bolsas diante da incerteza sobre o efeito prático dos pacotes na economia. Os mercados mostram ao longo das últimas semanas que as promessas não vêm sendo suficientes para a dureza do mundo real.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresDonald TrumpExame Hoje

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol