Mercados

Mesmo com atuação do BC, dólar sobe e encosta em R$3,56

Às 12:09, o dólar avançava 0,28 por cento, a 3,5591 reais na venda, depois de fechar a véspera em alta de 1,30 por cento, no maior nível em quase dois anos

Dólar: entre fevereiro e abril, o dólar acumulou alta de 10 por cento sobre o real (Ricardo Moraes/Reuters)

Dólar: entre fevereiro e abril, o dólar acumulou alta de 10 por cento sobre o real (Ricardo Moraes/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 3 de maio de 2018 às 12h43.

São Paulo -  Mesmo com a atuação mais firme do Banco Central no mercado de câmbio, o dólar subia e se aproximava do patamar de 3,56 reais nesta quinta-feira, com o mercado ainda cauteloso com as cenas externas e política local.

Às 12:09, o dólar avançava 0,28 por cento, a 3,5591 reais na venda, depois de fechar a véspera em alta de 1,30 por cento, no maior nível em quase dois anos. O dólar futuro subia cerca de 0,20 por cento.

Entre fevereiro e abril, o dólar acumulou alta de 10 por cento sobre o real, sendo que só no mês passado saltou 6,16 por cento.

"O BC mostrou desconforto com o nível da moeda, mas trata-se de um alívio pontual", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Os mercados têm mostrado preocupações com a trajetória de alta de juros nos Estados Unidos, que podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como a brasileira.

Na véspera, o Federal Reserve, banco Central norte-americano, não mudou sua taxa de juros e expressou confiança de que o recente aumento da inflação para nível próximo à meta de 2 por cento será sustentado. O Fed prevê atualmente mais dois aumentos dos juros este ano, embora número crescente de autoridades veja três como possível.

O mercado estará atento a novos números sobre a economia dos EUA, que tem mostrado força. Na dia seguinte, serão divulgados números sobre o mercado de trabalho fora do setor agrícola.

No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também sobre a maioria das divisas de países emergentes.

A cena política local também pesava sobre o mercado, diante das incertezas que rondam as eleições presidenciais de outubro. Os investidores temem que um candidato que eles considerem menos comprometido com o ajuste fiscal possa ser eleito.

Na mínima dessa sessão, o dólar chegou a cair a 3,5234 reais logo após a abertura dos negócios, com o mercado reagindo à maior intervenção do BC. Mas o movimento acabou perdendo força.

"No exterior, dólar se fortaleceu ante outras moedas e aqui não teve como não acompanhar", afirmou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.

A autoridade monetária anunciou na noite passada que vai ofertar quantidade de swaps cambiais --equivalentes à venda futura de dólares-- superior à necessária para a rolagem integral do vencimento de junho "com o objetivo de suavizar movimentos no mercado de câmbio".

Nessa sessão, vendeu a oferta integral de até 8.900 mil contratos em swaps, somando o equivalente a 445 milhões de dólares do total de 5,650 bilhões de dólares que vence em junho.

Se mantiver e vender esse volume diário até o final do mês, o BC terá colocado 8,455 bilhões de dólares em swaps.

Vencem ainda nesta quinta-feira 2 bilhões de dólares em leilão de linha, venda de dólares com compromisso de recompra, mas o BC não anunciou leilão dessa natureza.

"O BC jogou essa arma para ver se o mercado cria um piso, se estabiliza. Se ele vai ter sucesso, só o tempo dirá", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarMercado financeiro

Mais de Mercados

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria

Ibovespa sobe puxado por Petrobras após anúncio de dividendos

Escândalo de suborno nos EUA custa R$ 116 bilhões ao conglomerado Adani

Dividendos bilionários da Petrobras, pacote fiscal e cenário externo: assuntos que movem o mercado