Redatora
Publicado em 11 de julho de 2025 às 06h13.
Os mercados globais operam com cautela nesta sexta-feira, 11, em meio ao aumento das tensões comerciais provocado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O republicano anunciou na véspera uma tarifa de 35% sobre produtos importados do Canadá, com início em 1º de agosto, e sinalizou que novas tarifas de 15% a 20% podem ser impostas a diversos parceiros comerciais nos próximos dias. Ele também confirmou uma alíquota de 50% sobre todas as importações de cobre, o que elevou os custos para compradores americanos.
“Em vez de cooperar com os Estados Unidos, o Canadá retaliou com suas próprias tarifas”, escreveu Trump em uma carta publicada na rede Truth Social, dirigida ao primeiro-ministro canadense, Mark Carney. O presidente sugeriu ainda que as tarifas poderiam ser elevadas caso haja novas retaliações por parte do país vizinho.
Na Ásia, os índices encerraram o pregão de forma mista, refletindo a cautela dos investidores diante da nova rodada de tarifas. O Nikkei 225, do Japão, recuou 0,19%, enquanto o Topix avançou 0,39%. Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 0,23% e o Kosdaq subiu 0,35%. O australiano S&P/ASX 200 perdeu 0,11%, enquanto o CSI 300, da China, avançou 0,12%.
Apesar do tom protecionista da Casa Branca, mineradoras listadas na Austrália operaram em alta, impulsionadas pela disparada dos preços do cobre no mercado internacional. A Rio Tinto subiu 2,28%, a Fortescue avançou 2,85% e a BHP teve alta de 2,77%.
Na Europa, após quatro sessões positivas, os mercados operam em baixa. Por volta das 6h no horário de Brasília, o índice Stoxx 600 recuava 0,81%; o britânico FTSE 100 caía 0,39%; o francês CAC 40 registrava queda de 0,93% e o alemão DAX perdia 1,03%.
A cautela aumentou após dados mostrarem que o PIB do Reino Unido caiu 0,1% em maio, frustrando expectativas de alta. O resultado veio após retração de 0,3% em abril e acendeu alertas sobre o ritmo de recuperação da economia britânica, mesmo após a assinatura de um acordo comercial com os EUA.
A contração foi puxada por quedas na produção industrial (-0,9%) e na construção civil (-0,6%). Para analistas, o impacto das tarifas e o aumento de custos trabalhistas dificultam o avanço econômico nos próximos trimestres. O Banco da Inglaterra projeta crescimento de apenas 1% para o país em 2025.
Nos Estados Unidos, os índices futuros operavam no vermelho nesta manhã, após subirem nos últimos dias com o rali das big techs e o avanço de setores como consumo. Por volta das 6h, os contratos do S&P 500 recuavam 0,53%, enquanto os futuros do Nasdaq 100 caíam 0,48%. O Dow Jones futuro, por sua vez, cedia 0,53%.
Na quinta-feira, o S&P 500 fechou em alta de 0,27%. O Nasdaq ganhou 0,09%, e o Dow Jones subiu 0,43%. Mesmo com as turbulências no comércio exterior, os investidores mantiveram o apetite por risco, embalados pelos ganhos da Nvidia — que ultrapassou brevemente US$ 4 trilhões em valor de mercado — e pela expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve.