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Mercados europeus fecham em queda com novas tarifas de Trump; setor automotivo despenca

Investidores temem impacto global das novas tarifas anunciadas pelo governo Trump contra México, Canadá e China

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 4 de março de 2025 às 12h40.

Última atualização em 4 de março de 2025 às 15h25.

As bolsas europeias encerraram o pregão desta terça-feira, 4, em forte queda, refletindo a apreensão dos investidores com as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre importações do México, Canadá e China. Os países atingidos já anunciaram medidas de retaliação.

O índice DAX, de Frankfurt, tombou 3,53%, o FTSE MIB, de Milão, caiu 3,41%, e o CAC 40, de Paris, perdeu 1,85%. O Ibex 35, da Espanha, recuou 2,49%, enquanto o FTSE 100, de Londres, fechou em baixa de 1,27%.

O impacto foi sentido diretamente por gigantes da indústria automobilística. A Stellantis, fabricante do Dodge, teve a maior perda do setor, despencando 10,67%. Mercedes-Benz caiu 5,34%, Renault recuou 4,85%, Ferrari cedeu 3,95% e Volkswagen perdeu 2,28%.

Nova escalada na guerra comercial

A decisão do presidente Donald Trump de impor tarifas de 25% sobre importações do Canadá e México e uma taxa adicional de 10% sobre produtos chineses aumentou os temores de inflação nos EUA e reacendeu o risco de uma guerra comercial global.

Em resposta, Pequim anunciou tarifas retaliatórias de até 15% sobre produtos americanos e a imposição de restrições para 15 empresas dos EUA.

O mercado já previa que as novas tarifas afetariam especialmente as montadoras, que dependem fortemente das exportações para os EUA. Segundo análise do Deutsche Bank, a pressão tarifária pode reduzir em 1 ponto percentual o crescimento do PIB europeu, elevando a preocupação com o impacto econômico da guerra comercial.

Empresas de defesa sobem

Enquanto o setor automotivo e a maior parte do mercado europeu operavam no vermelho, as empresas de defesa se destacaram com ganhos. A francesa Thales chegou a saltar 12% nas primeiras negociações do dia, após divulgar crescimento de receita e lucro em 2024. No fechamento, a alta se manteve em 2,8%.

O otimismo no setor de defesa veio após reuniões entre líderes europeus para discutir reforço nos gastos militares, em meio a tensões geopolíticas crescentes. Na segunda-feira, esse movimento já havia impulsionado o mercado, contrastando com a preocupação atual sobre o impacto das tarifas de Trump.

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