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Mercado vê riscos crescentes nas finanças da Petrobras

As ações preferenciais da Petrobras caíam mais de 4 por cento nesta sexta-feira, por volta das 13h15, sob o impacto de denúncias


	Petrobras: ações preferenciais da Petrobras caíam mais de 4 por cento nesta sexta-feira
 (Pedro Lobo/Bloomberg News)

Petrobras: ações preferenciais da Petrobras caíam mais de 4 por cento nesta sexta-feira (Pedro Lobo/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2014 às 13h05.

São Paulo - A Petrobras tem riscos financeiros crescentes com o aprofundamento das investigações da operação Lava Jato, da Política Federal, incluindo eventual necessidade de baixas contábeis envolvendo projetos com suspeitas de corrupção, o que implicaria em redução de pagamento de dividendos, apontaram analistas nesta sexta-feira.

As ações preferenciais da Petrobras caíam mais de 4 por cento nesta sexta-feira, por volta das 13h15, sob o impacto das denúncias que levaram a estatal a adiar a divulgação de seus resultados do terceiro trimestre.

Ainda nesta sexta-feira, a Polícia Federal realizava uma nova fase da operação Lava Jato, com foco em sete grandes empresas com 59 bilhões de reais em contratos com a estatal, ampliando as preocupações de investidores.

A Petrobras recentemente defendeu que não há necessidade de baixa contábil, disse a analista Lilyanna Yang, do UBS Securities, acrescentado que ela poderia ter que realizar tal movimento para a Refinaria do Nordeste (Rnest), orçada em quase 20 bilhões de dólares.

"Esperamos que a Petrobras também terá que rever riscos de 'impairment' para outros projetos (a refinaria do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - Comperj, por exemplo)", afirmou Yang, em relatório intitulado "Baixas contábeis e mais transparência a caminho?".

O relatório do UBS também lembra que o adiamento da divulgação de resultado, cujo prazo regulamentar venceria nesta sexta-feira, ocorreu depois de notícias de que a auditora PriceWaterHouseCoppers questionou comunicados financeiros e controles internos de risco, após denúncias do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa.

Para o analista Leonardo Alves, da Votorantim Corretora, o adiamento da divulgação do resultado coloca a credibilidade da companhia em xeque.

"A perda de credibilidade pode ter um maior impacto nas percepções dos investidores estrangeiros (do que nos domésticos), tanto nos mercados de ações quanto nos de dívidas", afirmou.

As consequências dos problemas da Petrobras podem ser uma mudança de rating pelas agências de classificação de risco. A Moody's, a propósito, afirmou nesta sexta-feira que o atraso na publicação do resultado trimestral auditado não tem implicação no rating da companhia no curto prazo.

Um segundo impacto para a companhia seria uma baixa contábil em ativos fixos, uma vez que há indicações das investigações da polícia de que os investimentos podem não ter sido contabilizados corretamente, disse Alves.

"Essa baixa contábil poderia impactar materialmente nos lucros, reduzir dividendos de ações ordinárias em 2014", afirmou o analista Alves, acrescentando que a política de dividendos garante aos acionistas das preferenciais o pagamento de um dividendo mínimo.

Segundo o Credit Suisse Securities, a Petrobras ainda poderia ser impedida de acessar mercados de bônus nos Estados Unidos, onde a companhia toma emprestada a maior parte do dinheiro para suas operações.

"Estimativas indicam que a Petrobras precisaria tomar até 20 bilhões de dólares de investidores de bônus para financiar seu capex no ano que vem", afirmou o relatório do Credit Suisse.

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