Cristina Betts: executiva estava há 17 anos no Iguatemi, onde ocupou o cargo de CFO antes de assumir a presidência em 2021 (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 11h29.
O Iguatemi (IGTI11) anunciou, na sexta-feira, 21, após o fechamento do mercado, a nomeação de Ciro Zica Neto como novo CEO da companhia, substituindo Cristina Betts.
A transição ocorrerá em março e foi definida em comum acordo entre a executiva e o Conselho de Administração. Apesar da surpresa inicial com a saída de Betts, analistas avaliam que a mudança mantém a estratégia da empresa, com um possível foco maior em eficiência operacional e crescimento sustentável.
Bancos como Safra, Citi e Goldman Sachs destacaram a experiência de Neto no setor e seu papel na elevação da taxa de ocupação dos shoppings para níveis históricos, reforçando a visão de continuidade na gestão.
Ciro Neto atua como vice-presidente comercial do Iguatemi e tem uma longa trajetória na empresa. Ingressou no grupo em 2010, ocupando o cargo de diretor de operações por sete anos. Entre 2020 e 2023, foi diretor de desenvolvimento e expansão da varejista C&A, retornando ao Iguatemi no início de 2023. Sua atuação foi fundamental para aumentar a taxa de ocupação dos shoppings para 98%, além de aprimorar a eficiência comercial e fortalecer relações com grandes marcas nacionais e internacionais.
A troca de comando pegou parte do mercado de surpresa, dado o histórico de 17 anos de Cristina Betts no Iguatemi, onde ocupou o cargo de CFO antes de assumir a presidência em 2021. Durante sua gestão, a empresa realizou fusões e aquisições estratégicas, reduziu a vacância dos shoppings e fortaleceu o mix de lojistas, impulsionando as vendas e elevando os aluguéis acima da inflação.
Analistas avaliam que a escolha de Ciro Neto representa continuidade na estratégia, com possível foco incremental em eficiência operacional. O Safra destacou sua expertise no setor e considera que ele está bem preparado para liderar a companhia. Já o Citi ressaltou sua disciplina na alocação de capital e sua capacidade de manter os altos índices de ocupação. O Goldman Sachs pontuou que a transição não deve alterar a estratégia corporativa e pode ser vista de forma positiva pelo mercado.
Com um portfólio premium e perspectiva de crescimento sustentado, os bancos mantiveram suas recomendações positivas para as ações do Iguatemi, apostando na valorização dos aluguéis e na resiliência do setor de shoppings.