Mercados

Mercado minimiza saída de Jobs e limita queda das ações da Apple

Papéis da companhia fecharam o dia com ligeira desvalorização após diversos analistas indicarem a compra

"Quero que acreditem que a Apple não vai mudar", disse Tim Cook, novo CEO da Apple (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

"Quero que acreditem que a Apple não vai mudar", disse Tim Cook, novo CEO da Apple (Justin Sullivan/Getty Images/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2011 às 18h25.

São Paulo – Os temores de que as ações da Apple despencariam nesta quinta-feira, principalmente após Steve Jobs, CEO e fundador da companhia, ter renunciado ontem ao cargo, foram dissipados pela grande quantidade de analistas recomendando a compra dos papéis da empresa.

As ações da Apple, negociadas na Bolsa de Nova York, fecharam o pregão de hoje com ligeiro recuo de 0,65%, aos 373,72 dólares, recuperando grande parte da perda vista ontem nas negociações after hours em Wall Street após o anúncio da renúncia de Jobs, o que levou os papéis caírem mais de 5%.

O índice Nasdaq 100 Composite, que reúne as empresas de tecnologia, fechou esta quinta-feira com queda de 1,95%, aos 2.419,63 pontos. No acumulado do ano, as ações da Apple se valorizam 15,86%, enquanto o Nasdaq perde 8,79%.

Acalmando o mercado

Em seu primeiro dia à frente da Apple, o novo CEO da empresa, Tim Cook, antecipou-se na tentativa de acalmar seus funcionários e o mercado em relação à saída de Steve Jobs. Em e-mail compartilhado internamente, Cook elogiou Jobs e disse que a Apple não irá mudar.

As ações da Apple se valorizaram 9.020% desde que o jornal San Francisco Chronicle revelou que Jobs iria se tornar CEO da companhia em 29 de julho de 1997. Durante o mesmo período, a companhia cresceu de 2,08 bilhões de dólares para 348,7 bilhões de dólares em valor de mercado.

“Nós antecipamos que a transição na Apple será suave”, avaliou Stephen Turner, analista do setor de tecnologia da Hilliard Lyons. Em relatório, ele recorda que Tim Cook já vinha comandando a empresa durante os longos períodos de licença médica de Jobs e que a “companhia continuou a ter uma boa performance durante estes períodos”, explica.

Para Turner, as ações da companhia estarão pressionadas no curto prazo na medida em que os investidores digerem a notícia. “Vemos qualquer fraqueza como uma oportunidade de compra. Nossa visão para a empresa permanece positiva e continuamos a recomendar as ações da Apple”.

Ele estima por um lucro por ação de 28,57 dólares para cada papel da companhia em 2011, e de 35,20 dólares em 2012. O preço-alvo estipulado pela Hilliard Lyons é de 475 dólares e a recomendação é de compra.

Saúde de Jobs

A renúncia aumentou os rumores de que as condições de saúde de Jobs tenham piorado. O executivo de 56 anos sobreviveu a um câncer no pâncreas, sofreu um transplante de fígado e estava de licença médica desde 17 de janeiro.

“Na sequência de cada aparição de Jobs, bastante magro, assim como na recente Conferência de Desenvolvedores Mundial, alguns investidores especulavam sobre o quanto Jobs iria durar como o CEO da empresa. Esse ‘fator negativo’ finalmente não existe mais”, afirma Shebly Seyrafi, analista da FBN Securities, em relatório. A recomendação de compra foi reiterada, mas o preço-alvo reduzido de 550 dólares para 530 dólares.

Peter Misek, da Jefferies, acredita ainda que a própria empresa pode se aproveitar de uma possível queda nas ações. “Dado ao massivo caixa da 76 bilhões de dólares que a Apple possui e o movimento negativo das ações relacionado ao evento, acreditamos que o Conselho agora provavelmente irá considerar um programa mais sério de dividendos ou de recompra de ações”, explica.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAnálises fundamentalistasAppleEmpresáriosEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaMercado financeiroPersonalidadesSteve JobsTecnologia da informação

Mais de Mercados

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off